Soja e milho recuam em Chicago enquanto trigo avança

Safra de soja 2024/25 está a caminho de estabelecer um novo recorde A bolsa de Chicago inicia suas negociações de grãos nesta quarta-feira (7/8), com recuo de soja e milho, enquanto trigo avança. +Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural Os contratos da soja com entrega para setembro operam em queda de 0,74%, a US$ 10,0650 por bushel. A safra de soja 2024/25 está a caminho de estabelecer um novo recorde, afirma Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio. Segundo ele, safras excepcionais costumam ocorrer após anos de fenômeno La Niña, e a tendência é que a próxima temporada siga esse padrão. Cogo projeta uma colheita de 330 milhões de toneladas, com aumento na produtividade sem expansão significativa da área plantada, que cresce em média 2,2% ao ano. Globalmente, as previsões para a soja são otimistas, especialmente nos Estados Unidos, onde o clima favorável contribuiu para o aumento da produção, apesar de 5% da área no cinturão da soja ainda enfrentar seca. Entretanto, a oferta excedente em relação à demanda está criando o cenário para o "maior estoque da história", com uma previsão de armazenamento final de 130 milhões de toneladas para a safra 2024/25. Cogo indica que essa superoferta pode levar a um ciclo de baixa nos preços da soja. Milho O milho recua 0,77% para os contratos com entrega em setembro, a US$ 3,8575 por bushel. Para o milho, Cogo avalia que os preços do milho estão em "viés de recuperação gradual", que deve acontecer com o suporte do trigo, com uma margem que "não é espetacular, mas é positiva", estimulando com que o produtor plante milho no período de baixa da soja, mesmo que precise investir em tecnologia. Segundo a consultoria, a safra 2024/25 do grão nos Estados Unidos deve chegar a um total de 383,6 milhões de toneladas. Já no Brasil, a produção total chegará a 126,8 milhões de toneladas, com 25,2 milhões na primeira safra e 101, 6 milhões de toneladas na segunda e terceira. Para Cogo, a demanda potencial de milho no Brasil é de 140,6 milhões de toneladas, entre o consumo interno (85,9 milhões de toneladas) e a exportação (54,6 milhões de toneladas) e que, dessa forma, o país poderia "tranquilamente expandir a área de produção, porque há uma ampla demanda". Trigo Já os contratos futuros de trigo com entrega para setembro avançam 0,97 %, a US$ 5,4850 por bushel, com uma revisão para baixo das estimativas de produção no bloco europeu, mas ainda limitado pelo estágio atual da safra nos Estados Unidos