O uso estratégico de energias renováveis no agronegócio

Com investimentos e tecnologia, setor tem potencial para colaborar com a produção de energia de matrizes mais limpas Com a necessidade de gerir de forma eficiente as propriedades rurais e otimizar os recursos para obter maior produtividade, os produtores brasileiros vêm adotando cada vez mais o uso de energias renováveis nas suas atividades diárias. Usada na irrigação das lavouras, no refrigeramento de alimentos como leite e carnes e no monitoramento do plantio, a energia solar desponta como uma das principais produções nas fazendas. Para se ter ideia, os investimentos em sistemas distribuídos nesse modelo dentro do agro chegam a R$ 15,5 bilhões desde 2012. Dessa forma, os recursos levaram o campo a estabelecer uma base superior a 200 mil consumidores, com mais de 170 mil conexões de sistemas instalados, distribuídos em 4,9 mil municípios, segundo dados de um levantamento da fintech Meu Financiamento Solar, com base em informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Por outro lado, os modais de energias sustentáveis vão além dos painéis fotovoltaicos. Atualmente, o agronegócio é considerado cada vez mais importante durante o processo de transição para matrizes energéticas consideradas mais limpas. “Mais uma vez, a agroenergia terá muito a contribuir para o balanço de carbono, uma vez que a reforma do etanol, chamada de rota verde-musgo, pode apresentar emissões neutras ou mesmo negativas, ou seja, é capaz de capturar carbono da atmosfera”, afirma Alexandre Alonso, pesquisador da Embrapa Agroenergia. Setor tem papel importante em diferentes etapas De acordo com a consultoria PWC, os investimentos adicionais em tecnologias com foco na transição energética podem chegar a US$ 5 trilhões no mundo. Esses aportes são influenciados por dois aspectos principais: as mudanças climáticas e o aquecimento global, além da atenção quanto à segurança energética. O estudo “Historical GHG Emissions”, produzido pela ClimateWatch, identificou que a atividade de geração de energia foi responsável por cerca de 76% das emissões mundiais de GEE (gases de efeito estufa) em 2019. Em outras palavras, na transição de um modelo de combustíveis fósseis para fontes renováveis, o agronegócio tem um universo de oportunidades. Na elaboração do documento “Rota Estratégica Nova Economia 2030”, que visa estabelecer diretrizes para encontrar oportunidades de produtos e serviços na economia ao longo dos próximos anos, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) definiu 43 ações específicas na temática de energias de fontes renováveis a serem implementadas no curto, no médio e no longo prazo, com uma importante participação dos produtores rurais. No curto prazo, despontam entre as ações o estímulo à produção de biogás e biometano a partir de resíduos orgânicos, o incentivo para o desenvolvimento de biorrefinarias, visando à produção integrada de biocombustíveis e bioprodutos, e o incremento sobre o uso de resíduos e a diversificação de matérias-primas para produção de biocombustíveis. A médio prazo, surgem ações como a criação de um banco de dados sobre a produção de biomassa com potencial energético para reaproveitamento e o desenvolvimento de negócios para o setor de energia, voltados à comercialização de créditos de carbono. E, a longo prazo, aparecem o fomento ao desenvolvimento da produção e do uso de hidrogênio verde e seus derivados e a integração de mecanismos de desenvolvimento econômico e social, alinhados a políticas públicas de recuperação de áreas degradadas e de proteção ambiental, são algumas das diretrizes a médio prazo. Múltiplas funções As fontes renováveis têm diferentes funções nas fazendas. No caso de biocombustíveis, é possível reaproveitar o bagaço, a palha e a vinhaça da cana-de-açúcar e restos de plantas e animais para a geração de biogás e biometano, com o reaproveitamento do que antes seria descartado. Na parte de fertilizantes, não é segredo que a maior parte dos insumos é importada de países como Rússia e Canadá, com altos custos para a produção. A partir de energia eólica, hidráulica ou solar, o hidrogênio verde também tem potencial para reduzir os custos de produção e causar impacto positivo nas lavouras. Além disso, as energias de matrizes limpas podem sustentar a irrigação, o manejo de diferentes culturas, abastecer os motores de tratores agrícolas e contribuir com o desempenho de plataformas e drones. O Bradesco, uma das maiores instituições financeiras do Brasil, conta com uma modalidade de financiamento para a instalação de sistemas de energia fotovoltaica. Por meio do BNDES, o cliente obtém recursos para a aquisição de bens ou a contratação de serviços diretamente com o fornecedor.

O uso estratégico de energias renováveis no agronegócio
Com investimentos e tecnologia, setor tem potencial para colaborar com a produção de energia de matrizes mais limpas Com a necessidade de gerir de forma eficiente as propriedades rurais e otimizar os recursos para obter maior produtividade, os produt >>>

Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET