Tecnologia e preparação dos servidores garantiram sucesso contra a Doença de Newcastle
Apenas oito dias após a confirmação do caso, o governo brasileiro informou o encerramento do surto O uso de tecnologia para geoanálise de dados e a preparação técnica dos servidores que participaram das equipes de campo para investigação e erradicação do foco da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul foram determinantes para o sucesso e agilidade da operação. Apenas oito dias após a confirmação do caso, o governo brasileiro informou o encerramento do surto na granja comercial de Anta Gorda à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) após a conclusão das visitas em mais de 800 propriedades rurais da região. Leia também Como a doença de Newcastle chegou ao RS? O que se sabe e o que falta saber Doença de Newcastle gera medo e altera rotina em Anta Gorda Doença de Newcastle pega em humanos? Entenda os riscos Cerca de 80 médicos veterinários da Secretaria de Agricultura do Estado (Seapi-RS) contaram com a Plataforma de Defesa Sanitária Animal (PDSA) para dar mais agilidade e assertividade ao trabalho iniciado em 18 de julho. A ferramenta digital reduziu de quatro horas para cerca de 15 minutos o tempo de gestão dos dados captados nas propriedades e a orientação para as próximas atividades. A PDSA integra informações das propriedades produtivas e bases de dados públicas, como o georreferenciamento dessas áreas. A ferramenta foi desenvolvida em 2019 pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) com recursos do Fundo de Defesa Sanitária Animal do Estado (Fundesa), de cerca de R$ 2,2 milhões. “Ainda temos no quadro técnico servidores que atuaram no foco de febre aftosa no Estado no início dos anos 2000. Além de ter essa memória e experiência do passado, temos ferramentas modernas, equipe qualificada e o setor alinhado, o que certamente foi um grande diferencial e nos deu essa capacidade de resposta”, disse o secretário-adjunto de Agricultura do Rio Grande do Sul, Márcio Madalena. A PDSA integra informações das propriedades produtivas e bases de dados públicas, como o georreferenciamento dessas áreas Divulgação A PDSA é controlada pela Seapi-RS na sede em Porto Alegre. Cada servidor tem um aplicativo no smartphone no qual acompanha as informações e inclui os dados captados a campo em tempo real, caso haja internet. Os raios de 3 e 10 quilômetros do foco da doença foram delimitados pela ferramenta, que também possibilitou a definição dos blocos de atuação das equipes para visitação às propriedades rurais da região, levando em conta a localização dos estabelecimentos e o acesso rodoviário até elas, e a instalação das oito barreiras sanitárias que funcionaram na zona de vigilância. Madalena ressalta que o fator tempo é fundamental no combate ao foco da doença e na sinalização aos mercados compradores para a revisão dos embargos. As vendas de todo o Estado ainda estão suspensas para 10 destinos. “Tudo que se obteve em relação ao encurtamento de tempo só foi possível porque já tínhamos uma equipe preparada com ferramentas. Isso garantiu segurança e tempo para que setor pudesse se manifestar em relação à redução do auto embargo aos 10 quilômetros”, destacou o secretário-adjunto. Com o mapeamento em mãos, a secretaria coordenou o trabalho das equipes, que finalizou a visita a 858 propriedades rurais em poucos dias. Nenhum vestígio do vírus foi identificado. Do campo, os técnicos preencheram as informações de cada estabelecimento vistoriado, com dados sobre o produtor rural, as atividades desempenhadas, se havia ou não presença de aves ou outros animais e podiam até incluir fotos dos locais visitados. “Temos uma ferramenta que possibilita desde a geração dos raios de atuação e os polígonos de ação das equipes levando em conta a quantidade de propriedades e o acesso a essas regiões para dividir as atuações”, disse o diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Nunes Lopes. Ele não estima quanto tempo levaria para fazer a varredura completa na área sem a plataforma, mas diz que isso demandaria mais pessoas a campo. Diretor-adjunto do Departamento de Vigilância e Defesa Sanitária Animal da Seapi, Francisco Nunes Lopes Júlia Chagas/Seapi Quem coordena as atividades pode ver a evolução das áreas visitadas e planejar as próximas ações via plataforma. Conforme as propriedades são vistoriadas, o mapa da zona de vigilância é preenchido. Segundo Lopes, a ferramenta permitiu um melhor controle visual das atividades e o acompanhamento por zona e equipes. Antes de ter essas funcionalidades, as equipes usavam várias ferramentas diferentes. No fim do dia, era preciso extrair e analisar os dados, o que levava até quatro horas e ditava um ritmo mais lento de atuação. O trabalho foi assim, mais “manual”, na identificação do foco de influenza aviária em aves silvestres na Reserva Ecológica do Taim, em Rio Grande (RS), em maio de 2023. A definição de raios e polígonos de ação para as equipes era feita de madrugada. A partir daí, a PDSA entrou em processo de aprimoramento p
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