Safra de café 2024/25 deve cair 4,4% no Brasil, calcula consultoria
Rendimento e a menor peneira dos grãos são os principais fatores para a revisão para baixo. A consultoria Hedgepoint Global Markets atualizou nesta segunda-feira (12/8) a previsão para a safra 2024/25 de café, que está quase finalizada, diminuindo a projeção em 4,4%, para 63,3 milhões de sacas de 60 quilos. O rendimento e a menor peneira dos grãos são os principais fatores para a revisão para baixo. Initial plugin text "Embora tenha ocorrido alguma melhora em relação ao início da colheita, o rendimento do processamento e a peneira dos grãos de café continuam inferiores a 2023/24", diz o relatório. A colheita da safra de café 2024/25 está 92% concluída. Ao separar as estimativas por espécies, os trabalhos de campo do café robusta estão praticamente finalizados (99%), enquanto 88% do arábica foi colhido até a última sexta-feira (9/8). "No entanto, à medida que a colheita se aproxima do fim, confirmam-se as perspectivas de uma temporada menor", acrescenta o relatório da consultoria. O cenário fez com que a consultoria revisasse a previsão de arábica para 2024/25 a 43,2 milhões de sacas (1,1% menor em relação a 2023/24). O volume representa uma queda em relação à estimativa realizada no início da colheita, que era de 44,7 milhões de sacas. Para o robusta, a previsão é de uma produção de 20,1 milhões de sacas (menos 10,7% em relação a 2023/24), também uma queda em comparação às 21 milhões de sacas estimadas anteriormente. Por outro lado, a menor estimativa para a produção não se reflete nas exportações de café. Em especial para o conilon, a consultoria mantém a avaliação de crescimento dos embarques. "Os primeiros meses [de embarques] da safra 2024/25 já mostram exportações expressivas para a variedade conilon, uma vez que os grãos brasileiros são necessários para preencher o espaço deixado pelo Vietnã e pela Indonésia", explica o boletim. Embora se espere um aumento das exportações da Indonésia em 2024 devido à maior disponibilidade, a produção de 2024/25 do Vietnã ainda poderá ser menor. "Assim, nossas expectativas são de que o conilon brasileiro terá boa demanda nesta temporada, compensando a queda do Sudeste Asiático, e que o total das exportações de 2024/25 terminará em 11,1 milhões de sacas", informou a Hedgpoint. Segundo Laleska Moda, analista de café da Hedgepoint, “o ritmo de colheita foi superior aos ciclos anteriores, favorecido pelas condições climatéricas mais secas. No entanto, as condições climáticas adversas no final de 2023 e no início de 2024 afetaram a produção total da safra. Embora se tenha verificado alguma melhora desde o início da colheita, 2024/25 teve grãos predominantemente menores do que nas outras temporadas, o que afetou o rendimento no processamento”, detalhou. Outros motivos para grãos menores e diferenças de qualidade na temporada 2024/25 foram as temperaturas médias mais altas, que levaram a uma maturação desigual. Isso fez com que parte dos grãos ficassem maduros rápido demais e caíssem no chão, levando a uma maior porcentagem de "café varrição". Contudo, condições climáticas mais secas ajudaram a obter melhor qualidade de bebida. A Hedgepoint também considera que a demanda penderá mais para o arábica do que para o robusta devido aos preços na bolsa de Londres e o diferencial entre as variedades. “É importante salientar que esperamos algumas alterações na demanda em 2024/25. A demanda doméstica por arábica pode atingir seu nível mais alto desde 2016/17, impulsionada pelo aumento do uso da variedade no mix doméstico. Desde o final de 2023, os preços do robusta aumentaram fortemente e o diferencial entre as duas variedades diminuiu, especialmente para as qualidades inferiores utilizadas no mix nacional”, explica. Moda alertou para um acompanhamento da oferta global, que pode passar por déficit com uma redução, ainda que pequena, da safra do maior produtor e exportador de café do mundo. "Considerando que uma queda de 0,8% na demanda em 2024/25 ainda levaria a um déficit próximo de 4 milhões de sacas, isso poderia se traduzir em apoio aos preços no médio prazo, embora devamos monitorar de perto o possível impacto dos preços na demanda global nos próximos meses”, afirmou.
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