JBS avalia que oferta de gado nos EUA deve aumentar só em 2026
Operação com bovinos no mercado americano foi a única com resultado negativo no segundo trimestre deste ano, de acordo com o balanço divulgado pela companhia O movimento para virada no ciclo pecuário dos Estados Unidos já começou, com a retenção no abate de fêmeas. Mas o aumento na oferta de animais para abate deve acontecer apenas em 2026, estimou, nesta quarta-feira (14/8) o CEO da JBS USA, Wesley Batista Filho. Leia também Conselho da JBS aprova distribuição de R$ 4,4 bilhões em dividendos Jalles Machado tem prejuízo de R$ 2,4 milhões no 1º trimestre de 2024/25 Vittia fechou segundo trimestre com prejuízo líquido de R$ 17,7 milhões "A gente está tendo no país 15% a menos de abate de vacas, contra o mesmo período do ano passado. Esse número é muito importante e, claramente, um indicador de começo de retenção", disse o executivo em teleconferência com analistas. Ele acredita que 2025 ainda será desafiador para os frigoríficos que atuam no mercado americano, parecido com 2024. "Mas, em 2026, vamos ver maior disponibilidade de gado nos EUA, se nada climático mais grave acontecer", acrescentou. A JBS divulgou na terça-feira (13/8) os resultados financeiros referentes ao segundo trimestre deste ano, com um lucro líquido de R$ 1,7 bilhão. A unidade de negócios de bovinos nos Estados Unidos foi a única com desempenho negativo, em função do ciclo de baixa oferta de gado no país. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado da JBS Beef North America caiu 65,1% no período, para R$ 151,3 milhões. Apesar do recuo, Wesley Filho destacou que a empresa ainda conseguiu uma performance superior à média do mercado. "Se olharmos o spread que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) calcula, a margem do mercado caiu 3%, e a nossa margem caiu por volta de 1%. Essa diferença bate muito com as nossas melhorias internas", explicou. O executivo disse que ainda existem melhorias principalmente industriais que podem ser capturadas pela companhia. Suínos Para a JBS USA Pork, negócio de suínos do mercado americano, Wesley Filho espera margens positivas, em meio ao cenário de queda nos preços dos grãos usados na ração, que baixam os custos da indústria. Há também um movimento de substituição da carne bovina pela suína no país e bom desempenho operacional da companhia. "A gente vem expandindo o negócio de preparados e continua olhando esse negócio. Queremos continuar a crescer na agregação de valor em suínos", afirmou. Expansão Questionado sobre as expectativas para a dupla listagem da JBS nos Estados Unidos, o CEO global da companhia, Gilberto Tomazoni, disse que a empresa está mantendo diálogos e esclarecimentos solicitados pela Security and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado financeiro americano, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. "Não temos pressa. Estamos com as contas em dia. A gente está tratando com prioridade, mas está tudo em um processo natural", comentou. Anteriormente, o executivo já havia informado que a dupla listagem seria importante para que a companhia desse sequência a planos de expansão. Entretanto, o patamar de alavancagem - relação entre dívida líquida e Ebitda - alcançado no segundo trimestre, de 2,77 vezes (em dólares), e a perspectiva de que este indicador continuará em queda até o fim do ano, deixam a JBS em uma posição mais confortável para apostar em aquisições. "A JBS foi construída por M&A. Estamos sempre ativamente no mercado avaliando oportunidades, se tem 'fit' estratégico e se entregam valor para a gente. Obviamente, quando você tem uma situação (financeira) mais favorável, permite ser mais agressivo", afirmou. Saiba-mais taboola Em entrevista ao Valor, na terça-feira, Tomazoni ressaltou que a JBS ainda pode crescer nas regiões em que já atua. "Estados Unidos, Brasil são geografias que queremos continuar crescendo. México, da mesma forma. Austrália", citou. Segundo o CEO, a empresa quer avançar nos segmentos de suínos e frango, principalmente em produtos de valor agregado. "E outro negócio em que queremos crescer é em aquicultura, salmão", completou.
Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET