Pesquisa aponta aumento no risco de incêndios florestais

Na Amazônia, por exemplo, as condições favoráveis para queimadas foram vinte vezes mais prováveis. As mudanças climáticas têm amplificado significativamente a probabilidade de incêndios florestais extremos em várias regiões do mundo, revela uma pesquisa internacional publicada na quarta-feira (14/8). Na Amazônia, por exemplo, as condições favoráveis para incêndios foram vinte vezes mais prováveis. A pesquisa foi coordenada pela Universidade de East Anglia, na Inglaterra, a agência governamental de meteorologia do Reino Unido (Met Office), o Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido (UKCEH) e o Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF), com a colaboração de 44 pesquisadores, incluindo os brasileiros Maria Lucia Ferreira Barbosa, Liana Anderson e Guilherme Mataveli. Leia também Ventos carregam fumaça das queimadas para o Sul do país Área queimada no Brasil bateu recorde em junho, com 1,1 milhão de hectares Quase 25% do território brasileiro pegou fogo nos últimos 39 anos Segundo o relatório, intitulado State of Wildfires (Estado dos Incêndios Florestais, em tradução livre) e publicado na revista Earth System Science Data, a temporada de incêndios na Amazônia Ocidental, que inclui os estados brasileiros do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia, foi severamente afetada por secas prolongadas associadas ao fenômeno El Niño. Essas secas aliadas às condições meteorológicas explicaram 68% dos incêndios, mas ações antrópicas, como desmatamento, agricultura e fragmentação de paisagens naturais, também tiveram influência O estudo destaca que Manaus, a cidade mais populosa da Amazônia, enfrentou a segunda pior qualidade do ar do mundo em outubro de 2023 devido aos incêndios. Em resposta, o Ministério Público Federal abriu, à época, uma ação civil contra o Estado do Amazonas em novembro, cobrando provas de investimentos em prevenção e combate a incêndios. Manaus voltou a ser afetada pela fumaça das queimadas em agosto de 2024. Apesar da área global queimada ter sido próxima da média dos anos anteriores, aproximadamente 3,9 milhões de quilômetros quadrados, as emissões de dióxido de carbono (CO2) resultantes dos incêndios foram 16% superiores à média histórica. No total, foram emitidas 8,6 bilhões de toneladas de CO2, marcando a sétima maior emissão desde 2003. No Canadá, os incêndios florestais foram três vezes mais prováveis devido às mudanças climáticas, e as florestas boreais canadenses contribuíram com quase um quarto das emissões globais de CO2. Em contraste, as emissões de incêndios nas savanas africanas apresentaram uma redução. A pesquisa também identificou eventos extremos de incêndio na Venezuela, Bolívia, Peru e Chile. Em Valparaíso, no Chile, um incêndio em fevereiro de 2024 resultou na morte de pelo menos 131 pessoas e na destruição generalizada de propriedades. O relatório prevê que a frequência e a intensidade dos incêndios florestais extremos devem aumentar até o fim do século, especialmente se as emissões de gases de efeito estufa continuarem elevadas. Para 2024 e 2025, espera-se uma probabilidade acima da média de condições propensas a incêndios em partes da América do Norte e do Sul, incluindo o Pantanal brasileiro. Os pesquisadores enfatizam a importância de atualizar os modelos climáticos para melhorar a preparação e a resposta a eventos futuros. "Os eventos e impactos estão se manifestando com uma magnitude maior do que havíamos antecipado", afirma Liana Anderson.

Pesquisa aponta aumento no risco de incêndios florestais
Na Amazônia, por exemplo, as condições favoráveis para queimadas foram vinte vezes mais prováveis. As mudanças climáticas têm amplificado significativamente a probabilidade de incêndios florestais extremos em várias regiões do mundo, revela uma pesqu >>>

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