Com Bradesco, John Deere quer ampliar presença no Brasil
Banco da fabricante Deere & Co pretende ampliar captação de recursos com custos menores e ter mais acesso a operações indiretas do BNDES Há um ano e meio, a Deere & Co buscava replicar no Brasil um modelo de sucesso que tem em outros mercados: uma parceria de seu braço financeiro com grandes bancos locais. Muitas conversas depois, a escolha foi anunciada na semana passada, com a compra de 50% do Banco John Deere pelo Bradesco. Leia também John Deere retoma operações no Rio Grande do Sul Deere & Co tem queda de 42% no lucro do terceiro trimestre fiscal A principal intenção da fabricante de máquinas agrícolas com o negócio é ampliar o funding para poder oferecer produtos mais competitivos ao mercado. “Há 25 anos, temos na França uma joint venture com o Crédit Agricole, em outros mercados temos negócios mais recentes, mas semelhantes, então sabíamos o benefício desse tipo de parceria e como seria importante para acompanhar o crescimento do agro no Brasil”, disse à reportagem Jorge Sivina, diretor regional da John Deere Financial. Um banco maior, explicou ele, pode captar recursos de muitas fontes e com custos menores, o que não acontece com um banco de montadora. É possível repassar essa economia diretamente ao concessionário e ao produtor ou, então, fazer com que ela aumente a rentabilidade das operações. “Enquanto o negócio está em avaliação no Cade, vamos desenhar produtos e serviços. Ainda não é possível fazer uma relação direta entre os custos menores de captação com um corte em juros de operações”, afirmou o executivo. Outra vantagem da parceria é que, ao analisar a distribuição de recursos públicos, como as do Plano Safra, por exemplo, o BNDES busca instituições mais robustas. Com a união com o Bradesco, o Banco John Deere pode ter mais crédito disponível. Como terceiro pilar para a joint venture, Sivina afirmou que o Bradesco está alinhando com o Banco John Deere o desenvolvimento de tecnologias e soluções diferenciadas para os clientes. “O agronegócio continuará a crescer no Brasil em produtividade e área, e isso vai demandar máquinas e soluções cada vez mais modernas e respostas mais rápidas em serviços financeiros”, avaliou. Saiba-mais taboola O executivo lembra que a meta mundial da Deere & Co é trabalhar não apenas na venda de equipamentos agrícolas, mas também na distribuição de licenças e soluções de acompanhamento de lavouras, como a See & Spray, que aplica o defensivo apenas nas áreas afetadas por doenças ou pragas. “Essa prestação de serviço exigirá um novo tipo de financiamento”, diz. O Banco John Deere tem uma carteira de crédito de R$ 17,4 bilhões, enquanto a do Bradesco somente para produtos ligados ao agronegócio chega a R$ 70 bilhões. Se somadas linhas que atendem clientes agro, mas não são específicas, a carteira do Bradesco ultrapassa R$ 120 bilhões. Com o negócio, o Bradesco pretende ampliar a oferta de produtos e serviços financeiros ao agro. “Eles falam diretamente com os clientes dentro das concessionárias da John Deere, é uma força comercial muito forte, e temos uma tendência de complementariedade de produtos e serviços bancários. Nossa seguradora é muito forte no agro, podemos oferecer consórcios, uma série de coisas”, disse Roberto França, diretor de agronegócios do Bradesco. Ambas as instituições continuarão a atuar com suas respectivas marcas. Os bancos não informaram o valor do negócio.
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