Prejuízo por queimadas em canaviais é estimado em R$ 350 milhões

Número é projetado pela Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana) Os incêndios ocorridos em áreas de cana-de-açúcar nos últimos dias em São Paulo deixaram ao menos R$ 350 milhões em prejuízos ao setor, estima a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Leia mais Incêndios: SP vai liberar R$ 100 milhões para agronegócio, diz Tarcísio Incêndios no interior de SP confirmam que 'crise da seca' vai persistir, diz Ibama Segundo a entidade, 59 mil hectares foram queimados em canaviais e áreas de rebrota de cana. Cerca de 1,8 mil focos de incêndio foram registrados na sexta-feira (23/8) e outros 305 no sábado (24/8). Algumas queimadas também ocorreram no domingo, que ainda não foram contabilizadas. O governo estadual informou que havia seis chamas ativas ontem, no final do dia, mas que já foram controladas nesta segunda-feira (26/8). “Não há focos ativos de incêndio, mas 48 municípios estão em alerta máximo para queimadas, de acordo com os dados de monitoramento do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil”, informa o governo do Estado em nota. Futuro Os incêndios nos canaviais já causam prejuízos a produtores para esta safra 2024/25, pois mesmo quem colheu, investiu em trato de área com adubo e esse aporte se perdeu. Mas a maior preocupação é se a cana-de-açúcar queimada irá rebrotar e voltar a produzir. É o que alerta Almir Torcato, gestor corporativo da Associação dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Canaoeste). “Estamos muito preocupados em relação a próxima safra (2025/26), pois muitos produtores foram atingidos. A gente investe no plantio de cana no primeiro ano e ela produz por cinco ou seis anos, e não conseguimos ter certeza se as áreas atingidas terão rebrotas”, explica à reportagem. Para Torcato, é difícil afirmar se os incêndios são criminosos, mas a coincidência de haver “pontos simultâneos de incêndios e em distâncias curtas atrelados às condições climáticas adversas" deixa a incógnita. Ele reforça que as condições de estiagem e vento foram muito críticas e elevaram o “caos” das queimadas. “Foram períodos de risco à vida, produtores pedindo socorro em nossos grupos de atendimento, o que deu uma sensação de impotência [por não ter o controle] em relação ao fogo”, lamenta.