GT Foods aposta em monitoramento remoto com “Big Brother do frango”

Empresa investiu R$ 30 milhões para levar sistema a 469 produtores; nos próximos 18 meses, todos os integrados vão aderir à tecnologia Há dois anos, os frangos dos aviários da granja de Sérgio Antônio Farinha Dias, em Rondon (PR), vivem em uma espécie de “Big Brother”. As aves são monitoradas por câmeras e sensores, que transformam em dados cada movimento dos animais: quanto comeram, o volume de água que consumiram, como se comportou sua temperatura e sua respiração. Todas essas informações ajudam o criador a se antecipar a eventuais problemas sanitários dentro dos aviários. Leia também GTFoods investe R$ 1 milhão para tratar efluentes com biodigestores Empresa do Paraná vai importar 90 mil toneladas de milho da Argentina “Eu trabalho há seis anos com criação de aves. Se você me perguntasse, há dez anos, eu não seria capaz de imaginar que existiriam essas tecnologias auxiliando na criação de frango. Foi uma evolução muito grande”, diz ele. Dias é um dos 469 produtores integrados da GT Foods, a sexta maior produtora de carne de frango do Brasil, que adotaram o sistema nos últimos sete anos. Ao todo, a empresa mantém cerca de 900 aviários, próprios e de integrados. Inicialmente restrito à pesagem dos animais, o monitoramento remoto dos aviários ganhou novos dispositivos ao longo dos anos até chegar ao modelo atual, que cobre todas as etapas da produção. “É um Big Brother mesmo. As aves são monitoradas por 24 horas por dia, do primeiro ao último dia em que ficam no aviário, o que dá condições de se estabelecer e verificar o que está acontecendo dentro das instalações. Com isso, podemos interferir para melhorar a condição para as aves e ter o melhor desempenho com o menor custo possível”, observa o diretor de operações da GT Foods, César Assmann. Segundo ele, foi graças ao barateamento da tecnologia que a adoção do sistema se disseminou entre os integrados da GT Foods. Na prática, a empresa financia a aquisição dos equipamentos, e os avicultores têm até dois anos para quitar o empréstimo. A companhia desconta da produção entregue ao longo desse período o valor das prestações. A startup Agrisolus é a responsável pela operação do sistema, que custou R$ 30 milhões até o momento. Ele chegará a todos os integrados da GT Foods nos próximos 18 meses, período em que a companhia investirá mais R$ 30 milhões no projeto. “É uma mudança de paradigma. Antes, tínhamos uma visita técnica orientada pela experiência do técnico, e agora isso passa a ser orientado por dados. É algo que, realmente, muda o jogo da avicultura”, comenta o diretor-presidente da Agrisolus, Anderson Nascimento. O executivo destaca que o principal salto tecnológico do sistema foi uso conjunto de câmeras de monitoramento com ferramentas de inteligência artificial para avaliar o comportamento dos animais. “A movimentação do frango diz muito sobre o lote. À distância e pelo celular, o técnico pode averiguar o bem-estar de toda a granja e se antecipar a problemas comportamentais e de saúde. Isso permite reduzir o uso de medicamentos”, observa Nascimento. Graças à possibilidade de identificar de forma antecipada a mudança de comportamento das aves, o sistema tem proporcionado um retorno de 15% a 37% para as granjas que já o instalaram, segundo o diretor-presidente da Agrisolus. O cálculo leva em consideração tanto a redução dos gastos veterinários quanto o aumento da produtividade. Nesse caso, o ganho é uma consequência da melhoria do bem-estar dos animais, que eleva a taxa de conversão alimentar. “Como essa é a base da remuneração do avicultor, ela ajuda muito a elevar o ganho financeiro do produtor. E, para nós, integradores, é um fator de redução de custo. Todo mundo acaba sendo beneficiado. Por isso estamos cada vez mais convencidos de que esse é o caminho e trabalhamos para levar a tecnologia ao maior número de aviários possível”, completa Assmann.

GT Foods aposta em monitoramento remoto com “Big Brother do frango”
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