Pesquisa mapeia área de risco para pragas quarentenárias no Brasil

Estudo da Embrapa identificou as áreas do país mais suscetíveis ao aparecimento de três pragas ainda sem registro e com alto impacto para a fruticultura Um mapeamento realizado por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Territorial identificou as áreas do Brasil mais suscetíveis ao aparecimento de três pragas quarentenárias, ou seja, ainda sem registro no país, e com alto impacto para a fruticultura. Leia também Insetos predadores viram 'armas' para controle de pragas em pomares e lavouras Como a inteligência artificial e energia nuclear estão ajudando produtores contra a mosca-das-frutas Clima quente e seco contribui para proliferação de pragas e demanda aumento no uso de agrotóxicos Listados pelo Ministério da Agricultura como prioritários para vigilância sanitária no país, os insetos Anastrepha curvicauda, Bactrocera dorsalis e Lobesia botrana já estão presentes em países vizinhos e tiveram seus hábitos estudados a fim de apontar em quais regiões do território brasileiro encontrariam condições ótimas de desenvolvimento. “Nós procuramos levantar quais são as faixas de temperatura que permitem o melhor desenvolvimento desses insetos e a presença de alimentos”, explica o pesquisador da Embrapa Territorial Rafael Mingoti. As áreas suscetíveis às três pragas foram catalogadas mês a mês, de acordo com o período de maior risco de incidência, e por cultura suscetível. Os dados foram entregues para o Ministério da Agricultura para a elaboração de um plano de reação e controle em caso de identificação dessas pragas no país. Praga Anastrepha curvicauda Divulgação/Embrapa Ao todo, 561 municípios apresentaram risco para a ocorrência de Lobesia botrana nas culturas de uva, ameixa, amora, alecrim, caqui, kiwi, oliveira, pêssego, maçã, nectarina ou pera em dezembro, 721 para a Anastrepha curvicauda nos cultivos de mamão e manga e 1.940 para a Bactrocera dorsalis nos cultivos de abacate, banana, cacau, café, caju, caqui, laranja, limão, tangerina, feijão, goiaba, maçã, mamão, manga, maracujá, melão, melancia ou tomate. Mapa elaborado pela Embrapa aponta áreas do Brasil mais suscetíveis ao surgimento da Bactrocera dorsalis Divulgação/Embrapa A pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e coordenadora do estudo, Jeanne Scardini Marinho Prado, destaca que o mapeamento não descarta o risco dessas pragas surgirem em outras regiões do Brasil, mas sim quais são as áreas de maior risco. Coube a ela mapear quais inimigos naturais existem no Brasil que poderiam ser usados no controle biológico dessas pragas – uma segunda etapa do trabalho e que envolveu a identificação de espécies já usadas em outros países e a busca por insetos semelhantes que tenham ocorrência em território nacional. “A gente não consegue fazer importação de inimigos naturais e, por isso, não priorizamos nenhum inimigo natural que não estivesse presente aqui no Brasil”, detalha Scardini. A ideia, conta, é oferecer ao Ministério da Agricultura e órgãos de defesa estaduais um plano de ação caso seja identificada a presença dessas pragas. Leia também Confira as 20 pragas que ameaçam atingir as lavouras do Brasil Edição genética vira alternativa para controle biológico de pragas e doenças Nova praga no café conilon ameaça produção no ES e BA “É por isso que esse trabalho é importante, porque nos permite ter uma uma ideia do que pode acontecer e de onde isso pode acontecer”, complementa Maria Conceição Young Pessoa, também pesquisadora da Embrapa Meio Ambiente e responsável por elencar produtos químicos que poderiam ser usados no controle dessas pragas e em quais regiões do país. Nas zonas consideradas mais sensíveis, como de solos arenosos ou próximas a nascentes e aquíferos, a aplicação de agrotóxicos foi desaconselhada no eventual controle dessas pragas. “Isso é algo relativamente inédito, porque ninguém faz esse tipo de avaliação”, comenta a pesquisadora. No total, foram avaliados 41 princípios ativos para Lobesia botrana, 8 para Anastrepha curvicauda e 23 para Bactrocera dorsalis. Considerando o comportamento desses insetos e os principais meios de introdução de novas pragas, os pesquisadores da Embrapa alertam para a importância de consumidores e produtores não introduzirem material vegetal de qualquer espécie no país sem a devida autorização do Ministério da Agricultura. “Eu converso com muitos produtores que em algum momento comentam de alguma muda que trouxeram de outros países. Isso é grave porque o próprio produtor pode estar trazendo um problema sério que não temos aqui no Brasil”, completa Scardini.

Pesquisa mapeia área de risco para pragas quarentenárias no Brasil
Estudo da Embrapa identificou as áreas do país mais suscetíveis ao aparecimento de três pragas ainda sem registro e com alto impacto para a fruticultura Um mapeamento realizado por pesquisadores da Embrapa Meio Ambiente e Embrapa Territorial identifi >>>

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