Quais as consequências das queimadas no interior de SP para a cana? Entenda

Incêndios em canaviais queimaram cerca de 5 milhões de toneladas de cana Os incêndios registrados na última semana na região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, terão uma série de consequências. A perda de 5 milhões de toneladas de cana agravaram a situação das lavouras, que já vinham sofrendo com um longo período de seca desde abril. Na avaliação de Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado, as queimadas impactam tanto na safra atual, que deverá sofrer redução da oferta de açúcar e de etanol no curto prazo, quanto na safra futura. Leia mais Queimadas no interior de São Paulo: o que se sabe até agora Incêndios em canaviais causam prejuízos de R$ 350 milhões em SP Vídeos mostram tamanho do incêndio que destruiu canaviais em SP “Além de queimar a cana que já estava crescida e desenvolvida, os incêndios queimaram também os brotos das usinas que fizeram renovação, então haverá impacto na próxima temporada”, avalia o analista de cana-de-açúcar. Da mesma opinião compartilha José Guilherme Nogueira, diretor executivo da Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Ele reforça que o prejuízo foi muito grande na cana em produção, na cana em pé e também na cana que estava em processo de brotação, que queimou a palhada. “Percebemos uma redução na produtividade na ordem de 50%, até por essa perda de biomassa que acabou sendo incendiada. Com isso, já temos impactos diretos nos preços do etanol e do açúcar e no canavial do próximo ciclo”, afirma. Alta das cotações Conforme aponta o Safras & Mercado, a produção de cana está projetada em 590 milhões de toneladas na safra atual. Embora um volume pequeno tenha sido queimado, preços mais altos já estão sendo verificados. Muruci diz que o açúcar subiu 8% desde quinta-feira passada (22/8), com a cotação na bolsa de Nova York, negociada em 19,35 centavos de dólar por libra peso nesta terça-feira (27/8). Já o etanol registrou alta de cerca de 3%, com a negociação em Ribeirão Preto em R$ 3,10 o litro nesta terça. Initial plugin text Prejuízo dos produtores Na avaliação de Muruci, as queimadas são um sintoma de uma longa seca registrada desde abril. Segundo ele, ainda não é possível ter uma estimativa de quanto será o impacto na oferta de açúcar e de etanol, “mas o prejuízo financeiro está estimado em R$ 350 milhões”, diz. O valor inclui os valores investidos na renovação dos canaviais e também os brotos que estavam plantados para a safra futura, que foram totalmente destruídos. “Além disso o solo também foi muito danificado pelo fogo e perdeu seus nutrientes”, conta. Outra perda é da cana que foi queimada, que não vai gerar receita para as usinas. Recuperação no longo prazo A recuperação dos canaviais afetados deve levar de oito meses a um ano, que é o tempo estimado para as áreas atingidas pelo fogo estarem corrigidas totalmente. Muruci alerta para os riscos de novas queimadas, “porque a seca que vem desde abril vai se prolongar até o final de outubro, de acordo com os mapas de clima que nós acompanhamos”, diz Queda de produtividade A perspectiva é de uma queda de 30% na produtividade nas áreas atingidas, para 60 toneladas por hectare. “Essa queda se dará sobre uma outra queda de 30% que já vinha sido provocada pela seca”, explica. Saiba-mais taboola Impacto na próxima safra A próxima safra deve ser negativamente impactada por esses efeitos. “Não sabemos o quanto vai mudar porque estamos na metade da safra. Mas, além da seca, os canaviais foram negativamente impactados pela incidência de sete massas de ar polar entre julho e agosto”, conta. Embora nem todas as massas de ar polar tenham resultado em geadas, a queda da temperatura prejudica a cana, que perde teor de açúcar com o clima frio. Prevenção a novos incêndios A Orplana está trabalhando junto ao Gabinete de Crise do governo do Estado de São Paulo para mitigar qualquer outro tipo de incêndio que possa acontecer. Segundo Nogueira, a frente fria que chegou no domingo (25/8) trouxe chuva ao interior de São Paulo, algo em torno de 15 milímetros, amenizando a situação. Mas o tempo deve continuar seco e quente nos próximos dias. "Isso nos traz muita preocupação para que não ocorra mais incêndios. Porém, temos ciência de que as queimadas podem voltar a acontecer e os números e prejuízos podem aumentar”, reforça Nogueira.

Quais as consequências das queimadas no interior de SP para a cana? Entenda
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