Incêndio destrói 80% de área usada para pesquisas do IAC com cana
Incêndio destrói 80% de área usada para pesquisas do IAC com cana 28/08/2024 Imagem de drone mostra plantação de cana do instituto IAC, destruída pelo fogo - Joel Silva-Reuters Por Marcelo Toledo Um dos incêndios que atingiram a região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) nos últimos dias afetou pesquisas desenvolvidas no Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico de Campinas). Referência no setor sucroenergético em estudos sobre variedades de cana-de-açúcar, o órgão viu serem destruídos pelo fogo cerca de 80% da área de 150 hectares de cultivo na cidade (o equivalente a 210 campos de futebol). Abrigado na fazenda que sedia anualmente a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), a maior do setor na América Latina, o Centro de Cana foi responsável pelo desenvolvimento de variedades mais propícias à geração de energia, mais firmes e resistentes a pragas das lavouras, para citar três exemplos. A área atingida no último sábado (24) abrigava plantas em todas as etapas, das mais novas às mais antigas, algumas das quais inseridas em estudos desenvolvidos há mais de dez anos. Em entrevista coletiva, o diretor do órgão, Marcos Landell, afirmou que, além de atrasar as pesquisas, o fogo atrasará também a chegada aos produtores rurais de variedades de cana que seriam lançadas em breve. O setor sucroenergético foi atingido por mais de 2.100 incêndios entre sexta-feira (23) e sábado, como a Folha mostrou, que resultam em prejuízo aos produtores de R$ 350 milhões, segundo a Orplana (Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil). A segunda-feira (26) em Ribeirão Preto, um dos municípios mais atingidos pelos reflexos dos incêndios no estado, foi marcada pela suspensão das aulas na rede municipal —que passaram por limpeza devido à fuligem das queimadas e pela procura de pacientes por atendimentos em unidades de saúde. Os problemas respiratórios geraram uma corrida às unidades de saúde de Ribeirão nesta segunda-feira. As salas de medicação e inalação e nebulização das UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) ficaram lotadas devido à ação da fumaça e fuligem dos incêndios em matas e canaviais. A Prefeitura de Ribeirão informou que não há mais focos de incêndios ativos na no município. A cidade registrou 21,8 milímetros de chuva entre domingo e segunda, o que contribuiu para o não surgimento de mais queimadas. Apesar disso, a previsão de seca para os próximos dias preocupa. Das 48 localidades inseridas pelo Governo de São Paulo na lista de alerta máximo para incêndios, 21 são da região de Ribeirão. Além dela própria, estão na lista municípios como Sertãozinho, Bebedouro, ibitinga, Morro Agudo, Batatais e Pradópolis. Nesta última, o fogo destruiu parte de um assentamento, com um acampamento anexo, entre Guatapará e Pradópolis. Ao menos 200 animais morreram e plantações foram atingidas pelo incêndio. Oito moradias foram para o chão e ao menos 80 famílias sofreram danos financeiros, fora os efeitos da fumaça intensa, que atingiu toda a área e provocou problemas respiratórios em parte das 360 famílias que habitam o local. Helicópteros do Exército fizeram sobrevoos em toda a região como forma de monitorar possíveis focos de incêndio (Folha, 28/8/24) Fumaça de incêndios cobriu áreas rurais de SP em 90 minutos Análise de instituto de pesquisa aponta queimadas simultâneas, mas não comprova novo 'dia do fogo'. Os incêndios em série que atingiram o interior paulista surgiram de forma quase simultânea e em áreas predominantemente agropecuárias, de acordo com levantamento do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) com base em dados de focos de calor mapeados por satélite. Dos 2.600 focos de calor registrados em São Paulo no intervalo dos dias 22 a 24 deste mês, 81% ocorreram em áreas de uso agropecuário, como as ocupadas pela cana-de-açúcar e pastagem, aponta o cruzamento das imagens da rede satélites para monitoramento ambiental com informações da cobertura e uso da terra da rede MapBiomas. Cerca de 72% do território paulista é ocupado por atividades rurais. As imagens do satélite que captura uma nova cena a cada dez minutos mostram o aparecimento das colunas de fumaça no intervalo de 90 minutos, entre 10h30 e 12h do dia 23. Já o satélite que capta focos de calor passa sobre a região na parte da manhã e no final da tarde. Entre suas duas passagens, naquele mesmo dia, o número de focos foi de 25 para 1.886 no estado. Ao confirmar a simultaneidade do focos, o estudo fortalece comparações entre o episódio no interior paulista com o chamado "dia do fogo", citado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela afirmou que o governo do presidente Lula (PT) investiga se as queimadas no estado têm motivação semelhantes aos incêndios florestais provocados por criminosos em agosto de 2019 nos municípios de Altamira e Novo Progresso, no Pará. Na ocasião, o jornal Folha do Progresso, de Novo Progresso, publicou que produtores rurais que apoiavam o então presidente Jair Bolsonaro coordenaram a q
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