Preço da soja sobe em Chicago com aumento das compras chinesas

China comprou 870 mil toneladas de soja dos EUA na última semana, segundo o Departamento de Agricultura americano (USDA) Com uma oferta sólida de soja nos Estados Unidos, os números de demanda pelo grão do país têm colaborado para uma valorização do produto na bolsa de Chicago. Nesta sexta-feira (30/8), os lotes da soja para novembro, os mais negociados no pregão, fecharam em alta de 0,76%, para US$ 10 o bushel. A justificativa para a reação nos valores da soja está no aumento da demanda, especialmente da China. Na última semana, as vendas líquidas americanas somaram 2,6 milhões de toneladas, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Desse total, a China foi responsável por 870 mil toneladas. Além disso, o país asiático adquiriu mais 132 mil toneladas hoje, segundo o USDA. Leia também: China aumenta procura por soja dos EUA para abastecer estoques Alta do fosfato tira poder de compra do produtor e prejudica relações de troca China respondeu por 75% das exportações de soja do Brasil em janeiro Segundo Daniele Siqueira, analista da AgRural, Os registros de exportação de soja 2024/25 dos EUA, especialmente para a China, vinham muito lentos e isso ajudava na desvalorização. “Como as cotações vinham muito pressionadas, com posição vendida [aposta na queda dos preços] muito grande por parte dos fundos de investimento, essa melhora da demanda serve de gatilho para movimentos de alta em Chicago”, diz. Os agentes de mercado estão atentos com a colheita de soja americana do ciclo 2024/25, que teve início em algumas áreas do país. Para Siqueira, a entrada das máquinas no campo não deve resultar em mais depreciação para a soja. “Como as cotações acumularam queda expressiva nos últimos meses, talvez o espaço para a pressão negativa característica da colheita seja menor. Os participantes do mercado poderão alegar que a grande safra americana já está precificada”, ressalta. Trigo O trigo avançou na bolsa de Chicago, pela quarta sessão consecutiva, diante de perspectivas cada vez mais ruins para a produção do cereal na União Europeia. Os lotes para dezembro avançaram 0,50%, a US$ 5,5150 o bushel. Saiba-mais taboola A Comissão Europeia reduziu a estimativa de produção de trigo no bloco de 120,8 milhões de toneladas para 116,10 milhões na temporada 2024/25. Se confirmada, a produção deve cair para uma mínima em quatro anos. Segundo a T&F Consultoria Agroeconômica, na Alemanha, apesar de o governo indicar um aumento na colheita de 18,03 milhões de toneladas para 18,80 milhões, o saldo ainda está 13% abaixo da safra anterior. Na Rússia, o maior exportador do mundo, a SovEcon informou que a região do Omsk, a segunda maior produtora de trigo da Sibéria, declarou estado de emergência devido às fortes chuvas, o que deve adiar a colheita do trigo de primavera da região. Milho A sessão também foi de preços altos para o milho. Os contratos com entrega para dezembro terminaram a sessão negociado a US$ 4,01 o bushel, elevação de 1,26%.