Avicultura Industrial Entrevista: "O foco é a Ásia", com Julio Ramos, secretário-adjunto de Comércio e Relações Internacionais do MAPA

Além disso, o material aborda as expectativas futuras para as exportações agrícolas brasileiras na região, destacando iniciativas para melhorar a logística e infraestrutura portuária, essenciais para garantir a competitividade no mercado asiático. Ramos também comenta sobre os desafios, incluindo questões sanitárias e regulatórias, que influenciam as negociações comerciais entre o Brasil e os países asiáticos. Confira: Quais são as principais estratégias que o Brasil está adotando para aumentar a exportação de produtos agrícolas para a China?   Existe um ambiente favorável nas relações diplomáticas entre o Brasil e a China que tem propiciado a ampliação da cooperação e do comércio agrícola entre os países. Tal ambiente se reflete em visitas de alto nível entre os dois países nos últimos dois anos. Por exemplo, a reunião entre ministros da agricultura aconteceu no contexto da Visita de Estado à China do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva em março de 2023, e a sétima reunião da COSBAN realizada em junho deste ano. Além disso, o Ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, e o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, estiveram na China três vezes durante a atual gestão. O vice-presidente Geraldo Alckmin também visitou a China, demonstrando que as maiores autoridades do Brasil consideram essa parceria uma prioridade, reforçando o respeito e a solidez dos laços bilaterais. Além dos encontros de alto nível político, tivemos também visitas de caráter técnico. Em março deste ano, por exemplo, a China enviou uma missão ao Brasil para avaliações “in loco” do status sanitário dos estados do Rio Grande do Sul e do Paraná como zonas livres de febre aftosa sem vacinação. Os dois países continuam a manter comunicação fluida sobre assuntos agrícolas internacionais no âmbito multilateral, apoiando mecanismos multilaterais e cooperando mutuamente, como é o caso da FAO, do BRICS e do G20. No que diz respeito às exportações, nota-se uma concentração significativa no comércio de produtos agropecuários do Brasil para a China. Entre os dez principais produtos exportados pelo Brasil, que representaram 78,8% da pauta exportadora do setor, a China foi o principal destino de oito produtos. Nesse contexto, o Mapa vem buscando realizar um trabalho de diversificação da pauta, visando a abertura para novos produtos, sem perder de vista a possibilidade de ampliação dos volumes daqueles que o Brasil já exporta. Além disso, temos procurado estreitar parcerias e investimentos chineses no Brasil, impulsionando a produção no campo e promovendo práticas agrícolas mais sustentáveis, alinhadas à conservação ambiental e à mitigação das mudanças climáticas.  Qual é o potencial de crescimento das exportações brasileiras para o mercado asiático nos próximos anos?   As perspectivas de crescimento e mesmo de manutenção das exportações de produtos agropecuários para a República Popular da China dependem de uma complexa rede de fatores que permeiam questões geopolíticas, capacidades produtivas/logísticas dos países produtores e, principalmente, das prioridades indicadas pelo governo chinês. Em fevereiro deste ano, a China publicou o “Documento Central n. 1”, que estabelece a segurança alimentar como pilar da estratégia de segurança nacional chinesa. Isso se reflete na busca pelo aumento da produção e da produtividade agrícola, visando maior autossuficiência do país, e pela maior diversificação de parceiros comerciais. A aprovação da nova Lei de Segurança Alimentar da China evidencia a crescente prioridade e o caráter estratégico que o governo central vem conferindo ao tema. De acordo com informações obtidas junto ao Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China (MARA), as importações chinesas de soja em grão devem permanecer estáveis e as importações de milho devem permanecer altas. No caso da carne bovina, existe uma tendência para que o consumo permaneça alto, com consequente aumento das importações chinesas. Já para carne suína, existe uma tendência para que as importações permaneçam baixas, considerando os estoques e a política de recomposição do rebanho chinês após os surtos de Peste Suína Africana. No entanto, estamos otimistas e vamos trabalhar para aumentar nossas exportações, mesmo sabendo que a expectativa pode ficar aquém do esperado. Do mesmo modo, existem expectativas de que as importações chinesas de carne de aves cresçam de forma promissora.  Com relação ao Japão, o Brasil tem importante participação em alguns produtos no mercado japonês. No caso dos grãos, o Brasil é um importante fornecedor de soja e milho. O ano de 2023 foi especialmente significativo para o Brasil nas exportações de milho ao Japão. Somos o segundo maior fornecedor do produto para o país, atrás apenas dos EUA, e em 2023 houve um crescimento de mais de 300% em volume exportado. Esse aumento retrata um potencial de crescimento que pode ser mantido para os próximos anos. Em relação às proteínas animais, as perspectivas també

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Além disso, o material aborda as expectativas futuras para as exportações agrícolas brasileiras na região, destacando iniciativas para melhorar a logística e infraestrutura portuária, essenciais para garantir a competitividade no mercado asiático. Ramos >>>

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