Queimadas de 2024 devem afetar preços dos alimentos no Brasil; veja quais

Alguns itens, como açúcar e café, já começam a reagir aos efeitos do clima A grave estiagem que afeta várias regiões brasileiras, somada às recentes ondas de calor e às queimadas que atingem lavouras em vários Estados, especialmente em São Paulo, preocupam o consumidor brasileiro, que teme que os efeitos climáticos possam elevar os preços de alguns alimentos. Segundo especialistas consultados pela Globo Rural, alguns itens da cesta básica, como açúcar e café, já começam a reagir aos efeitos do clima, com alta de preços. Já outros produtos, como carnes, feijão e laranja, não devem sofrer alterações drásticas tão cedo. Leia também Mapa das queimadas: veja as cidades afetadas pelos incêndios no Brasil Queimadas no Brasil: saiba como o clima pode favorecer novos episódios Brasil registra maior número de focos de queimadas em agosto desde 2010 Açúcar Açúcar cristal deve subir e afetar preços dos alimentos onde é usado como ingrediente Freepik Os canaviais do interior de São Paulo foram fortemente atingidos pela onda de focos de queimadas do final de agosto, com mais de 80 mil hectares de cana destruídos. As perdas causadas nas lavouras deverão impactar nos preços do açúcar, que devem se manter em patamares mais elevados até o primeiro trimestre de 2025. Além das recentes queimadas, uma longa seca, que atinge o Centro-Sul do País desde abril, deve continuar afetando os canaviais até outubro. “Com isso, a entressafra vai começar mais cedo, porque como a seca danificou os canaviais não haverá muita cana e as usinas terminarão de moer antes este ano”, afirma Maurício Muruci, analista da Safras & Mercado. Somente na última semana de agosto os preços no mercado internacional subiram 12%, e estão atualmente negociados em torno de 20 centavos de dólar por libra-peso na Bolsa de Nova York. “Nossa expectativa é de que até o final de setembro as cotações alcancem 22 centavos de dólar por libra-peso, podendo chegar a 26 centavos até o final do semestre”, diz. A alta deve se refletir no mercado interno a partir de outubro. A tendência é de que com o aumento do preço do açúcar VHP (açúcar bruto) - que é o negociado no mercado internacional - as indústrias optem por produzir mais este produto em detrimento do açúcar cristal, que é o vendido para os consumidores. Dessa forma, a cotação do cristal também deve sofrer alta, gerando um efeito em cadeia em diversos alimentos. “O aumento dos preços do cristal no mercado interno deve impactar toda a indústria de alimentos que utiliza açúcar como ingrediente e também os itens da cesta básica, com reflexos do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na inflação já visíveis a partir de outubro”, diz o analista. Também deve ocorrer alta dos combustíveis, o que deve ocorrer a partir do final de setembro, com a valorização tanto do etanol hidratado quanto do anidro, de 10% nos próximos 30 dias. Café Alta do café deve impactar a inflação ainda em setembro Getty Image Já os altos preços do café devem impactar a inflação oficial, medida pelo IPCA, ainda neste mês de setembro. Isso porque entre setembro de 2023 e junho de 2024 embora tenha havido aumento da cotação do produto cru de mais de 100% na variedade conilon, e 87% no arábica, as indústrias vinham segurando o repasse das altas ao consumidor. No entanto, diante de aumentos tão constantes, as empresas começaram a perder o fôlego e iniciaram os reajustes de preços no varejo. “Até o momento, houve repasse de apenas 18% da alta aos preços para o consumidor, sendo uma boa parte agora em agosto, que deve impactar na inflação de setembro. Outros 18% devem ser repassados até o fim do ano”, explica Celírio Inácio da Silva, diretor-executivo da Associação Brasileira da Industria do Café (Abic). Initial plugin text No caso do café, embora queimadas tenham sido registradas nas regiões produtoras, elas não provocaram prejuízos diretos nos cafezais. “Mas só a notícia de queimada já é um fator para elevar o preço”, diz o diretor da Abic. As lavouras de café também estão sofrendo com a seca. “Para setembro, que é o mês de florada da safra nova, não há previsão de chuvas, o que deve contribuir para manter os preços em patamares elevados”, avalia Laleska Moda, analista de Café da Hedgepoint Global Markets. Carne bovina Oferta de carne só se normalizará a partir de 2025 Wenderson Araujo/CNA No caso da carne bovina, a crise atual ainda não tem efeitos nos preços nos supermercados, mas pode afetar no futuro. Em Mato Grosso do Sul, o efeito da seca deste ano sobre as pastagens tem reduzido a disponibilidade de animais prontos para abate na região. De acordo com o analista da Safras & Mercado, Fernando Iglesias, o preço da arroba bovina no Estado tem sido negociada acima dos R$ 240 este mês comparado à média de R$ 220 no início de agosto. “Há uma dificuldade, sim, das indústrias de conseguir encontrar animais terminados no Estado. Com escalas apertadas, os frigoríficos tem subido os preços mas mesmo assim estão com dificuldade de conseguir bovinos

Queimadas de 2024 devem afetar preços dos alimentos no Brasil; veja quais
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