ONGs pedem meta climática ambiciosa; agro questiona plano de desmatamento

06/09/2024 ONGs pedem meta climática ambiciosa; agro questiona plano de desmatamento Imagem Reprodução-Blog Portal da Indústria País deve apresentar à ONU um novo plano para cortar emissões de gases-estufa até fevereiro. Antes mesmo de ser divulgada, a nova meta climática nacional que está sendo elaborada pelo governo brasileiro tem gerado burburinho. Na última semana, ONGs divulgaram propostas para que a próxima NDC (contribuição nacionalmente determinada, jargão da ONU para meta climática) seja ambiciosa, com grandes cortes nas emissões de gases de efeito estufa. Ao mesmo tempo, uma carta assinada por 13 empresários do agronegócio direcionada à chefia da Secretaria Nacional de Mudanças do Clima do MMA (Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima), a que a Folha teve acesso, questiona o compromisso já assumido pelo Brasil de zerar o desmatamento até 2030. "Ainda não conseguimos entender como pretendem cumprir o fim do desmatamento legal quando sequer o ilegal está equacionado", diz o texto, que afirma, ainda, que a promessa de acabar com o desmate legal e ilegal "gera enorme resistência do setor agropecuário em apoiar as estratégias no âmbito do Plano Clima [Plano Nacional sobre Mudança do Clima, que deve ser lançado no próximo ano]". O desmatamento responde por metade das emissões brasileiras, seguido das atividades agropecuárias, que representam 27% do total, de acordo o Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa). A movimentação dos diferentes atores se dá porque, marcando os dez anos do Acordo de Paris, os países signatários têm até fevereiro para apresentar novas NDCs —que devem obrigatoriamente trazer compromissos para 2035 e avançar os planos atuais. Hoje a meta climática do Brasil é emitir no máximo 1,3 bilhões de toneladas líquidas de gases de efeito estufa (GtCO2e) em 2025 e 1,2 GtCO2e em 2030. Em documento enviado no ano passado à UNFCCC (braço climático das Nações Unidas), o governo Lula também ressaltou que até o final da década não haveria mais qualquer desmatamento no país. O Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas brutas de gases-estufa (GtCO2e) em 2022, segundo o Seeg. Considerando as emissões líquidas —ou seja, descontando remoções de carbono feitas por florestas regeneradas e áreas protegidas— o total fica em 1,7 GtCO2e. Ainda de acordo com o Seeg, se o desmate da amazônia continuar caindo no mesmo ritmo de 2023, é possível cumprir a promessa já assumida. Ambição para conter aumento da temperatura Para o Observatório do Clima, rede que reúne mais de uma centena de organizações ambientais, a nova NDC brasileira deveria avançar significativamente e se comprometer com um limite de 200 milhões de toneladas líquidas até 2035. Isso significa um corte de 92% das emissões em relação a 2005, quando o país emitiu 2,4 GtCO2e (a data é usada como referência nas metas climáticas). "A proposta que a gente fez é, de fato, hiper ambiciosa. Mas ela precisava ser hiper ambiciosa", afirma o coordenador de política internacional da entidade, Claudio Angelo. Os cortes de emissões viriam, entre outros pontos, de uma grande queda no desmatamento (limitado a 100 mil hectares por ano a partir de 2030), da redução do uso de combustíveis fósseis em 42% (80% do carvão mineral, 42% do gás natural e 38% dos derivados de petróleo) e da melhoria da gestão de resíduos. A conta também inclui a remoção de 505 milhões de toneladas líquidas de emissões por mudanças no uso da terra, por exemplo, pela regularização de propriedades rurais em desacordo com o Código Florestal. Segundo o documento, esse passivo é de 21 milhões de hectares de cobertura vegetal que precisam ser restaurados. O número considera, ainda, uma quantidade significativa de remoções de carbono (-560 milhões de toneladas líquidas) pelo solo, por meio de uma forte expansão da agropecuária de baixa emissão. Esse tipo de captura de carbono não entra na conta do país hoje.  Isso tudo para alcançar uma NDC compatível com frear o aquecimento global em 1,5°C até o final do século, na comparação com índices pré-industriais (1850-1900). A marca é considerada essencial para evitar as consequências mais drásticas das mudanças climáticas. O think tank Instituto Talanoa, que é uma das instituições que assina a proposta de NDC lançada pelo Observatório do Clima, também divulgou propostas próprias para a nova meta. O documento não crava números específicos, mas destaca a importância de o compromisso ser compatível com o balanço global de emissões finalizado em 2023. Ele aponta que o planeta caminha para um aumento de mais de 2,4°C na temperatura média até o final do século. Para conter essa escalada em 1,5°C, seria necessário reduzir as emissões globais em 43% até 2030 e em 60% até 2035 (em comparação a 2019). No Brasil, isso significaria um limite de 976 milhões de toneladas de emissões para 2030 e 685 milhões para 2035, segundo o Talanoa. O documento defende que executar uma NDC compatível com o 1,5°C não imporia sacrifícios à economia, espe

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06/09/2024 ONGs pedem meta climática ambiciosa; agro questiona plano de desmatamento Imagem Reprodução-Blog Portal da Indústria País deve apresentar à ONU um novo plano para cortar emissões de gases-estufa até fevereiro. Antes mesmo de ser divulgada, >>>

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