Empresários entregam propostas para grupo de agricultura do G20
Documento foi apresentado nesta segunda-feira (9/9) por Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro Aumentar a produtividade dos sistemas alimentares, garantir financiamento adequado e acessível para a transformação da agropecuária e aprimorar o papel do comércio mundial como indutor de boas práticas na cadeia produtiva de alimentos. Essas foram as principais recomendações feitas pelo B20, braço empresarial do G20, no âmbito do agronegócio. Leia também Brasil quer incluir conversão de pastagens em declaração do G20 Canadá retoma importação de carne bovina de Estados brasileiros sem vacinação de aftosa As propostas foram entregues nesta segunda-feira (9/9) pelo líder do grupo, Gilberto Tomazoni, CEO Global da JBS, ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. O grupo de trabalho da Agricultura do G20 inicia amanhã as reuniões para a elaboração de uma declaração ministerial conjunta, com previsão de divulgação na sexta-feira (13/9). De acordo com Tomazoni, a intenção é que as sugestões sejam aceitas e incorporadas no documento final do GT de Agricultura para que se transformem em planos de ação e de transformação para o setor produtivo. Segundo ele, as recomendações servem para todos os sistemas alimentares do planeta e seu sucesso vai depender da velocidade de implementação. Para cada eixo, o B20 apresentou propostas de ações práticas. Para aumentar a produtividade dos sistemas alimentares – item fundamental diante do crescimento populacional e da necessidade de poupar o uso de recursos naturais – a ideia é estimular a adoção das melhores tecnologias, como biotecnologia, ferramentas digitais, inteligência artificial, agricultura regenerativa e redução de tempo para o abate dos rebanhos bovinos. A iniciativa carece ainda de acesso à inovação e à assistência técnica, principalmente para pequenos produtores, disse Tomazoni. “A mudança do sistema tem que ser inclusiva, que possamos reduzir a desigualdade, aumentar a produtividade e a resiliência, e que o pequeno produtor seja incluído”, disse durante o Fórum Internacional da Agropecuária (Fiap), promovido pelo Canal Rural, em Cuiabá (MT). Saiba-mais taboola Ele ressaltou ainda a importância do segundo eixo, que trata do financiamento para a transformação dos sistemas alimentares mundo afora. Segundo Tomazoni, apenas 4% dos investimentos no clima vão para sistemas produtivos de alimentos atualmente. “Para países em desenvolvimento é só 1,7%. Temos desafio das mudanças ambientais e a agricultura tem um tremendo potencial de capturar carbono, mas só 4% dos financiamentos vão para a agricultura”, disse. “Temos uma grande disparidade e vamos precisar de dinheiro. Não se faz transformação do tamanho que precisamos fazer sem dinheiro”, completou. Nos cálculos do grupo, serão necessários até US$ 350 bilhões para custear a transformação. Além de ter recursos disponível, defendeu Tomazoni, é preciso que ele chegue a quem precisa. “Com que custo vamos financiar para o pequeno produtor? Precisa de tempo de maturação. Quando se começa a fazer um investimento, o fluxo de caixa é negativo nos primeiros anos. E tem que ter algum tipo de seguro para que amortize algum desafio que possa ocorrer”, indicou. Ele citou ainda a necessidade de um sistema que remunere por serviços ambientais. “Isso ajudaria a conseguir fazer com que o financiamento seja mais acessível e possível de fazer a transformação”, completou. A terceira via de transformação é o comércio internacional. Segundo Tomazoni, o fluxo comercial pode ser um indutor de boas práticas nos sistemas produtores. “O trade tem que ser visto não simplesmente como compra e venda, mas como um agente capaz de fazer as transformações. Pode acelerar, e tem que ser baseado em sistema científico, para que seja um acordo multilateral e incorpore indicações da ciência e que seja sistema que tenha compliance, transparência no processo”, apontou. “Sem indicadores claros e efetivos, não vamos conseguir com que se avance. Tem alimento sobrando em um lugar e gente passando fome em outro. O trade tem um papel fundamental para reduzir a insegurança alimentar, e de ser um agente para acelerar a adoção de práticas regenerativas”, completou. Desafios Ao receber o documento, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a reunião do grupo de trabalho setorial do G20 será um “marco nas novas relações da agropecuária mundial e na produção sustentável de alimentos”. O desafio, segundo ele, é que diferentemente dos últimos cinco anos, em que os grupos publicaram cartas em que havia posições divergentes de alguns países, o Brasil se propôs a entregar uma declaração ministerial, que depende do consenso e unanimidade das 20 maiores economias mundiais e nações convidadas. Na presidência do G20 em 2024, o Brasil propôs quatro eixos de debate do grupo setorial de agricultura: sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos; ampliar a contribuição do comércio internacional para a segurança
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