Dólar recua frente ao real com políticas divergentes entre Brasil e EUA
Mercado Financeiro Dólar recua frente ao real com políticas divergentes entre Brasil e EUA Alta da Selic e redução dos juros nos EUA impulsionam valorização do real Publicado em: 19/09/2024 às 10:40hs O dólar apresentou queda em relação ao real nesta quinta-feira, em resposta ao aumento do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos. A valorização da moeda brasileira foi impulsionada pela elevação da taxa Selic no Brasil e pela redução das taxas de juros nos Estados Unidos. Às 9h35, o dólar à vista recuava 0,65%, cotado a R$ 5,4247 na venda. No mercado futuro da B3, o contrato de dólar com primeiro vencimento caía 0,77%, sendo negociado a R$ 5,420. Na quarta-feira à noite, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aumentar a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 10,75% ao ano. A decisão foi unânime, refletindo as preocupações com o aumento do risco de inflação e um possível superaquecimento da economia brasileira. Esse aumento da Selic, o primeiro em mais de dois anos, já era cogitado após autoridades do Banco Central alertarem sobre a força da atividade econômica no Brasil e indicarem a possibilidade de um aperto monetário. A elevação dos juros torna o real mais atrativo para investidores internacionais, especialmente para operações de "carry trade", em que se toma dinheiro emprestado em países com juros baixos e se investe em países com taxas mais elevadas. No entanto, o impacto dessa decisão foi intensificado pela postura divergente do banco central dos EUA. O Federal Reserve (Fed) anunciou uma redução de 0,5 ponto percentual em sua taxa de juros, iniciando um ciclo de flexibilização monetária. A decisão foi justificada pelas preocupações com o desaquecimento do mercado de trabalho norte-americano. O presidente do Fed, Jerome Powell, destacou que o corte reflete a confiança na manutenção da força do mercado de trabalho, juntamente com um crescimento econômico moderado e uma inflação em queda rumo à meta de 2%. Antes mesmo do anúncio do Copom, o dólar já havia fechado a quarta-feira em baixa de 0,48%, cotado a R$ 5,4601, devido à expectativa dos investidores com as decisões do Fed e do Banco Central brasileiro. O enfraquecimento do dólar foi sentido em outros mercados globais, com a moeda norte-americana perdendo valor frente a outras divisas fortes e emergentes. O índice do dólar, que mede o desempenho frente a seis moedas, caiu 0,12%, situando-se em 100,900. Além disso, o dólar recuou frente ao peso mexicano e ao rand sul-africano. A perspectiva para o futuro é ainda mais positiva para moedas como o real. Analistas esperam que o Fed continue cortando os juros até o final do ano, com uma redução adicional de 71 pontos-base, e mais cortes previstos para 2025, conforme a ferramenta FedWatch da CME. No Brasil, o mercado aposta em novas elevações da Selic em 2024, com 81% de chance de um aumento de 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom, prevista para novembro. "Estamos observando uma abertura de mercado condizente com o que deve ser o ritmo até o final do ano", disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. "Vejo esse cenário final para 2024 como promissor." Fonte: Portal do Agronegócio ◄ Leia outras notícias
Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET