Brasil avalia que acordo União Europeia-Mercosul pode sair ainda em 2024

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a responsabilidade pela concretização do tratado é toda do bloco europeu Um compromisso político de alto nível pode fazer com que o acordo comercial Mercosul-União Europeia seja fechado até o fim do ano. Essa é a expectativa do governo brasileiro depois das reuniões bilaterais desta semana em Nova York (EUA) entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Leia também Exportador pressiona para que União Europeia adie lei antidesmate Brasil já pode exportar equinos vivos para a União Europeia Reeleita, presidente da Comissão Europeia promete diálogo sobre lei ambiental O encontro deu novo vigor às esperanças de o acordo chegar a uma conclusão em breve. As negociações técnicas seguiram este semestre, mas lentamente, enquanto se aguardavam os resultados das eleições no Parlamento Europeu e na Comissão Europeia. Ursula von der Leyen apoia o acordo comercial, assim como o premiê alemão Olaf Scholz, com quem Lula também teve uma bilateral em Nova York na segunda-feira. Scholz tem sido uma voz a favor do acordo, ao contrário do presidente francês Emmanuel Macron, que já manifestou publicamente sua oposição. “A liderança política irá respaldar esse esforço final”, confia uma fonte do governo brasileiro. A avaliação é que, na parte comercial do acordo, praticamente não há mais pendências. A instrução para os técnicos da Comissão e do Brasil será no sentido de resolver os últimos detalhes. “E fechar a negociação, se possível até o final do ano”, diz a fonte. “Ambos os lados estão comprometidos, no mais alto nível político”, continua. O governo brasileiro avalia que a conversa entre Lula e von der Leyen, na sede da missão do Brasil na ONU, em Nova York, foi “ótima e em sintonia sobre a importância estratégica de fechar o acordo, tanto para o Mercosul quanto para a União Europeia”. Saiba-mais taboola A Comissão Europeia tem poder parar fechar o acordo. Os acordos negociados pela Comissão são aprovados ou rejeitados, por maioria, no Conselho Europeu (27 chefes de Estado ou governo) e no Parlamento Europeu. O otimismo brasileiro se baseia no fato de que os países que não querem o acordo, liderados pela França, não somam 14 votos no Conselho. A aposta é que o grupo político de Ursula von der Leyen, embora não tenha maioria no Parlamento, possa coordenar a decisão com outros partidos. A parte comercial do Acordo UE-Mercosul não tem que ser votada nos parlamentos nacionais, onde pode haver oposição, mas apenas os capítulos de cooperação e diálogo político. Outro ponto é que a lei antidesmatamento europeia “não sirva de instrumento para retirada unilateral de concessões negociadas no acordo”, diz a fonte. Em 11 de setembro, o governo brasileiro encaminhou uma carta à Comissão Europeia pedindo o adiamento do regulamento anti-desmatamento do bloco (conhecido por EUDR). Foi assinada em conjunto pelos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária). Na bilateral, não houve promessa de adiamento da regra, que é um tema interno do bloco. "Responsabilidade é da União Europeia" Nesta quarta-feira (25/9), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o Brasil está "pronto para assinar" o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. E que, agora, "a responsabilidade é toda da União Europeia". "Nunca estive tão otimista com o acordo entre UE e Mercosul. Ontem, eu disse à Ursula von der Leyen, a companheira que negocia com os meus ministros, que o Brasil está pronto para assinar o acordo. Que agora a responsabilidade é toda da UE e não do Brasil", disse Lula. "Durante 20 anos, jogaram a culpa no Mercosul. Nós estamos prontos. Eu ainda disse para ela: 'Se vocês se prepararem, nós poderemos assinar durante a reunião do G20. Ou, quem sabe, numa reunião, até com champanhe, na sede da UE." Saiba-mais taboola Lula disse que o Brasil "precisa que saia esse acordo porque temos muitos acordos para fazer", citando Índia, China, países da América do Sul e da América Latina. Ele citou encontros que terá na próxima segunda-feira com empresários mexicanos naquele país, a fim de facilitar o comércio bilateral. "Na segunda-feira, teremos uma reunião entre empresários brasileiros e mexicanos e vou tentar convencer eles [mexicanos] para que invistam mais no Brasil, comprem mais do Brasil e a gente compre mais deles também", afirmou. "Porque política exterior é isso, comprar e vender. Não é só vender."

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