Aumento de volumes e preços faz lucro da Camil subir 153%
Companhia de alimentos teve ganho líquido de R$ 118,8 milhões no segundo trimestre fiscal, encerrado em agosto A Camil Alimentos teve um lucro líquido de R$ 118,8 milhões no segundo trimestre fiscal, encerrado em agosto, o que representou um aumento de 153,4% em relação ao mesmo período de 2023. A receita bruta da empresa cresceu 12,3% na mesma comparação, para R$ 3,74 bilhões, e o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) subiu 35,4% e chegou a R$ 287,6 milhões, um recorde para o período. Saiba-mais taboola Segundo Flávio Vargas, diretor financeiro e de relações com investidores da Camil, os números refletiram o aumento do volume de vendas de produtos de alto giro (grãos e açúcar) e a melhora dos preços. “No período ainda houve reflexos da tragédia no Rio Grande do Sul, que elevou os preços do arroz e causou receio de fornecimento entre os supermercados”, disse ao ele Valor. Os produtos de alto giro representaram 53% do faturamento da empresa no trimestre. Massas, biscoitos e café No segmento de alto valor (massas, biscoitos e café), o destaque do trimestre foi a estreia da linha de massas Camil em São Paulo. O lançamento ocorreu sem muito alarde, depois de a empresa ter errado ao tentar emplacar a marca Santa Amália. “Fizemos uma longa discussão antes de decidirmos usar a marca Camil fora do segmento de grãos. Mas ela é reconhecida como de qualidade, e poderemos vender por preços melhores dos que os conseguimos com a Santa Amália, que acabamos tirando do mercado”, afirmou o executivo. Vargas reiterou que a fábrica de massas da companhia em Betim (MG) tem capacidade ociosa capaz de atender todo o Sudeste. Mas, para avançar em outras regiões, a empresa terá que fazer novas aquisições — e elas estão nos planos. A divisão de biscoitos, por sua vez, com fábricas em Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D’Ajuda (SE), é capaz de atender todo o país. No entanto, como a empresa é nova no segmento, ele tem sido aprimorado aos poucos. O segmento de alto valor respondeu por 19% da receita da empresa. Ele não é dominante nos negócios, mas está no centro dos olhares da direção da companhia, que quer tornar a Camil uma espécie de Nestlé nacional. Entrada no Paraguai Sobre a entrada da Camil no Paraguai, que a empresa anunciou no mês passado, Vargas disse que o movimento permitirá à companhia explorar um mercado de arroz maduro e rentável, que pode exportar para outros países do Mercosul. A aquisição também dará a ela acesso privilegiado a um local que já fornece arroz para o Sudeste brasileiro. “Já éramos clientes da empresa que compramos, conhecemos as operações e vemos potencial para expansão”, disse ele. A Camil comprou 100% Rice Paraguay, que beneficia arroz no país, e a Villa Oliva Rice, que produz o cereal, da West Yorkshire Assets, por valor não divulgado. A indústria produz 100 mil toneladas de arroz por ano, ou cerca de 10% de toda a colheita paraguaia. Segundo Vargas, a entrada no Paraguai era um desejo antigo dos controladores da Camil, mas de difícil concretização porque as operações no país são todas verticalizadas, nas quais os mesmos controladores têm a produção e o beneficiamento. Além disso, há proibição de estrangeiros comprarem terras nas áreas fronteiriças. Com isso, Luciano Quartieiro, CEO e acionista da Camil , entrou como a pessoa física responsável pela aquisição. A Camil já atua no Uruguai, Chile e Peru. Somados, esses mercados representaram 28% da receita líquida da empresa no trimestre.
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