Probióticos controlam doenças e promovem crescimento em mudas de café

Testes com duas marcas comerciais reduziram a severidade da ferrugem, da mancha de phoma e da mancha aureolada Um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do Instituto Biológico de São Paulo (IB) e da Embrapa indicou que probióticos podem ser aliados no controle de doenças e na promoção do crescimento de mudas de café. Testes com dois probióticos comerciais formulados com Bacillus (Colostrum BIO 21 MIX e Colostrum BS), mostraram redução significativa na severidade de doenças do cafeeiro como ferrugem, mancha de phoma e mancha aureolada. Além disso, esses probióticos estimularam o desenvolvimento das mudas do cafeeiro. Leia também Produtores investem em cafés especiais e ganham mercado internacional Agrofloresta transforma o cultivo em fazenda de café em Minas Gerais Investimento em saúde do solo melhora equilíbrio ambiental e qualidade do café em propriedade Segundo o pesquisador Guilherme de Freitas, os probióticos foram particularmente eficazes contra a ferrugem do cafeeiro, reduzindo sua severidade em até 95% nas mudas. O Colostrum BIO 21 MIX contém uma mistura de Bacillus subtilis e bactérias do ácido lático, enquanto o Colostrum BS é composto apenas por células de Bacillus subtilis. "Além do controle de doenças, os probióticos promoveram o crescimento das mudas de café, aumentando a massa fresca e seca da parte aérea, o volume radicular (das raízes) e a área foliar, o que pode estar relacionado à produção de fitohormônios pelas bactérias, bem como devido ao aumento na disponibilidade de nutrientes como fósforo e potássio do solo", explica Freitas. Wagner Bettiol, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (SP), que orientou o estudo, destaca que a aplicação de probióticos também foi eficaz no controle de outras doenças. No caso da mancha de phoma, os probióticos Colostrum BIO 21 MIX e Colostrum BS reduziram a severidade em até 79%, enquanto para a mancha aureolada, a redução chegou a 56%. Initial plugin text Ferrugem impõe perdas de até 50% no café O café é suscetível ao ataque de doenças que afetam diretamente a sua produtividade. "Altos índices de severidade da ferrugem, principal doença da cultura, podem resultar em perdas de produção que variam de 35% a 50%", afirma a pesquisadora Flavia Patrício do Instituto Biológico, que também participou da pesquisa. Ela conta que o uso de consórcios microbianos, como o presente no BIO 21 MIX, mostra-se promissor, pois combina microrganismos que atuam de forma sinérgica. A sua aplicação preventiva pode oferecer uma alternativa sustentável ao uso de agrotóxicos, contribuindo para a sanidade e a produtividade das plantações de café, uma vez que não existe produto biológico recomendado para o controle da mancha de phoma até o momento, segundo o Agrofit. Contudo, há necessidade de se comprovar a sua eficiência no campo e a sua viabilidade econômica. Como funcionam os probióticos nos cafezais As bactérias do ácido lático produzem compostos como ácidos acético, lático e propiônico que são considerados determinantes na atividade antifúngica. Após serem administrados, os probióticos competem e impedem a adesão dos patógenos, produzem compostos antimicrobianos e estimulam a proliferação da microflora benéfica, além de também atuarem modulando o sistema imunológico do hospedeiro, no caso, o cafeeiro. A utilização desses consórcios pode melhorar a saúde e a vitalidade das mudas de café desde as fases iniciais do cultivo, preparando-as para um crescimento mais vigoroso e sustentável quando transplantadas para o campo, estratégia que pode contribuir para o aumento da produtividade e da qualidade da produção de café. "Vale ressaltar também que as bactérias do ácido lático presentes nos probióticos são reconhecidas como seguras conforme estabelecido pela Administração Federal de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) e pela Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA), portanto, podem ter maior agilidade para serem registrados para o segmento agrícola, ao serem comparados com produtos formulados com outras espécies ainda não estudadas’, explica Freitas. Probióticos são considerados ingredientes alimentares microbianos vivos que, quando consumidos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde dos consumidores. Para serem seguros e eficazes, probióticos devem atender a requisitos específicos estabelecidos pela FAO/OMS, como a sua identificação ao nível de espécie e a comprovação de sua capacidade de sobreviver nas condições do ambiente, incluindo a tolerância ao ácido gástrico, à bile e às enzimas digestivas, bem como a resistência às bactérias que são patogênicas aos humanos e animais. *Sob orientação de Marcelo Beledeli

Probióticos controlam doenças e promovem crescimento em mudas de café
Testes com duas marcas comerciais reduziram a severidade da ferrugem, da mancha de phoma e da mancha aureolada Um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), do Instituto Biológico de São Paulo (IB) e da Embrapa indicou que probióticos podem se >>>

Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET