Economia de Água na Irrigação da Manga Palmer no Semiárido: Potencial de Redução de 31%
Fruticultura e Horticultura Economia de Água na Irrigação da Manga Palmer no Semiárido: Potencial de Redução de 31% Estudo da Embrapa Semiárido estabelece novos parâmetros para a irrigação eficiente na região Publicado em: 21/10/2024 às 16:00hs Foto: Durante a pesquisa, foram avaliados os padrões de uso de água em todas as fases do cultivo, desde a poda e indução floral até a maturação dos frutos. Foto: Magna Moura Pomares da variedade de manga Palmer, localizados no Submédio do Vale do São Francisco, um dos principais polos fruticultores do Brasil, apresentam a possibilidade de reduzir o consumo de água na irrigação em até 31%. Essa conclusão é fruto de um estudo realizado pela Embrapa Semiárido (PE), em parceria com outras instituições. Com base nos resultados obtidos, foram determinados novos coeficientes de cultivo (Kc) que são específicos para as condições climáticas da região, permitindo uma irrigação mais eficaz. As pesquisas foram conduzidas em áreas comerciais durante dois ciclos produtivos, levando em consideração fatores como balanço de radiação, energia, evapotranspiração e os coeficientes de cultivo das variedades Palmer e Kent, que são comercializadas tanto no mercado interno quanto no externo. Durante o estudo, foram analisados os padrões de uso de água em todas as fases do cultivo, desde a poda e indução floral até a maturação dos frutos. A pesquisadora da Embrapa, Magna Moura, explica que, ao comparar a quantidade de água aplicada com a evapotranspiração nos pomares, ficou evidenciado que muitos produtores estão utilizando mais água do que o necessário na variedade Palmer. Ela observa que é comum uma aplicação excessiva de água nas áreas plantadas em solos arenosos, que apresentam alta drenagem e baixa capacidade de retenção hídrica. Moura enfatiza que o excesso de irrigação está frequentemente associado à falta de um monitoramento adequado dos fatores que influenciam o manejo da água, como o clima, bem como as características das plantas e do solo. “A mangueira exige ajustes precisos no manejo hídrico em fases específicas do ciclo produtivo. No Vale do São Francisco, técnicas como poda, uso de reguladores vegetais e controle da irrigação são fundamentais para estimular e concentrar a floração. Durante a fase de floração, uma leve redução na irrigação é crucial para induzir um estresse hídrico controlado, favorecendo a produção de mangas ao longo do ano no Semiárido”, acrescenta. Impactos do Excesso de Irrigação Entretanto, após essa fase, muitos produtores tendem a aumentar a irrigação além do necessário na tentativa de incrementar o tamanho dos frutos, o que resulta em desperdício de água e nutrientes que são drenados para camadas mais profundas do solo. Além da variedade Palmer, o estudo também avaliou a variedade Kent, que demonstrou um manejo hídrico mais equilibrado, resultando em um uso mais eficiente da água. Moura destaca que cada cultivar possui características fisiológicas distintas, o que reforça a necessidade de ajustes específicos no manejo de irrigação. Coeficiente de Cultivo (Kc) O coeficiente de cultivo (Kc) indica o quanto uma cultura consome água em relação às condições potenciais de evapotranspiração. Esse coeficiente varia de acordo com a cultura e seus estágios de desenvolvimento, considerando ainda aspectos de manejo e características do solo. Moura explica que esse coeficiente deve ser utilizado pelos técnicos nas propriedades para determinar a quantidade de água necessária para irrigar as culturas, promovendo um uso sustentável dos recursos hídricos. Após a análise do volume de água aplicado às culturas, o principal desafio da pesquisa foi fornecer novos coeficientes de cultivo que auxiliassem os produtores na otimização da irrigação. Para isso, foram instaladas torres micrometeorológicas que monitoraram variáveis como radiação solar, temperatura, umidade relativa do ar e precipitação. Com esses dados, foi possível calcular a evapotranspiração nos pomares e compará-la à evapotranspiração de referência, utilizando informações da Rede de Estações Agrometeorológicas da Embrapa. “Essa comparação foi fundamental para determinar os novos coeficientes”, ressalta Moura. Para a mangueira Palmer, o consumo médio de água durante um ciclo completo de produção, desde a poda até a colheita, foi de 1,4 litro. Os valores médios de Kc recomendados para essa variedade foram: 0,81 na fase de crescimento vegetativo, 0,76 durante o repouso e maturação dos ramos, 0,85 na indução floral, 0,90 na floração, 0,95 no desenvolvimento dos frutos e 0,91 na fase de maturação. A pesquisa também definiu coeficientes de cultivo para a mangueira Kent. Durante o crescimento vegetativo, o Kc recomendado é 0,80; na indução floral, 0,97; e para o desenvolvimento dos frutos, frutificação e maturação, os valores são 0,85, 0,80 e 0,74, respectivamente. A
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