Agroindústria de TO investe R$ 500 milhões em nova planta de processamento de grãos
Fazendão Agronegócio irá inaugurar nova planta em Porto Nacional e processará 800 mil toneladas de soja ao ano; em 2025, complexo terá usinas de etanol de milho e biodiesel A Fazendão Agronegócio, uma das maiores agroindústrias da região central do país, que faturou R$ 2,8 bilhões no ano passado, investiu R$ 500 milhões em uma nova indústria de processamento de grãos. A unidade fica em Luzimangues, distrito de Porto Nacional (TO). A companhia vai inaugurar a planta nesta semana. Leia também Biorrefinaria recebe R$ 500 milhões de Fundo Clima para produção de etanol de milho Agroindústrias do RS enviam primeira carga de produtos para 12 Estados A unidade vai esmagar 800 mil toneladas de soja ao ano e produzir farelo e óleo degomado — farelo para exportação e óleo para produção nacional de biocombustíveis. Com isso, a empresa aumenta sua capacidade de processamento em Tocantins para 1,4 milhão de toneladas de soja. Além dessa indústria, a empresa já trabalha na construção de uma planta de etanol de milho, que terá capacidade de produzir 350 mil litros por dia e tem inauguração prevista para o primeiro semestre no ano que vem. Ela prevê ainda erguer uma planta de biodiesel. Com as novas unidades, a companhia prevê faturar R$ 3,5 bilhões neste ano e R$ 5 bilhões em 2025. A empresa, fundada em 2004 em Gurupi (TO) como loja agropecuária, cresceu junto com o cultivo da soja em Tocantins. Em 20 anos, a produção de soja no Estado cresceu, em média, 15,3% ao ano, enquanto a média anual no Brasil foi de 5,6%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No Estado, a produção, que foi de 606,6 mil toneladas na safra 2003/24, saltou para 4,58 milhões de toneladas no ciclo passado. Para 2024/25, a previsão é de aumento de 11,9%, para 5,12 milhões de toneladas. A Fazendão cresceu ao longo dos anos e, em 2008, Volney Aquino Santos, sócio da empresa, instalou uma indústria de farelo e óleo de soja, com produção de 600 toneladas ao mês. Até 2010, a produção já havia triplicado. Dois anos depois, Aquino vendeu a loja, e ele sua sócia e esposa, Adriana, concentraram-se na soja, no Cariri do Tocantins, a 23 quilômetros de Gurupi Saiba-mais taboola Em 2015, a empresa inaugurou uma unidade de processamento com capacidade para 400 toneladas de farelo por dia. Com a fábrica que será inaugurada nesta semana, a capacidade terá um acréscimo de 2,5 mil toneladas por dia. A nova fábrica vai empregar 300 pessoas, que se somam aos 700 empregados atuais. Ela fica em uma área de 800 mil metros quadrados, que abrigará a usina de biodiesel e onde a planta de etanol de milho está em construção. Parte do investimento foi feito com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), via Banco da Amazônia, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Banco do Brasil. Os recursos são suficientes para a planta de esmagamento de soja e parte da usina de etanol. Haverá mais investimentos, mas a companhia mantém o valor em sigilo por enquanto. “No primeiro semestre do ano que vem, devemos inaugurar a usina de etanol, que terá capacidade para produzir 350 metros cúbicos por dia de etanol. E no fim de 2025 vamos inaugurar a planta de biodiesel, que vai fazer 1 mil metros cúbicos por dia do biocombustível”, conta Aquino. Atualmente, a Fazendão Agronegócio processa 650 mil toneladas de soja por ano, em uma planta industrial em Cariri, no sul de Tocantins. Para 2025, a empresa estima processar 1,2 milhão de toneladas de soja. Hoje, a companhia origina pouco mais de 1,5 milhão de toneladas de grãos, entre soja e milho, volume que subirá para 2 milhões de toneladas em 2025. A capacidade de armazenagem é de 700 mil toneladas de grãos e farelo. “Como Tocantins é um Estado mais novo na produção de grãos, tem pouca capacidade de armazenagem. É um diferencial competitivo para originar grãos”, diz o empresário. Do total de grãos originados, 90% são produzidos em Tocantins. Aquino tem uma fazenda onde planta 8 mil hectares de soja e fornece a produção para a Fazendão. “Temos que comprar soja de mais de 300 mil hectares de plantio. O que produzo é pequenininho perto do que eu preciso”, afirmou ele. Segundo Aquino, os produtores que já fornecem grãos para a empresa vão ampliar a área plantada para atender à demanda adicional das plantas industriais. Em milho, a Fazendão origina 230 mil toneladas por ano. Com a usina de etanol em operação, a meta é ampliar para 300 mil toneladas de milho por ano a partir de 2025. O processamento ocorrerá na mesma planta de soja, o que deve reduzir custos. O complexo industrial fica às margens da Ferrovia Norte-Sul, operada pela VLI Logística, que a leva ao Arco Norte brasileiro, permitindo o embarque pelo porto de Itaqui (MA). A empresa investiu ainda em transbordo ferroviário de grãos em Gurupi, conectado à Ferrovia Norte-Sul na ligação até o porto de Santos (SP) — esse trecho, concessão da Rumo Logística. A Fazendão fará o primeiro embarque de farelo de soja, de 50 mil
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