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Protesto de agricultores alemães fecha ponto turístico em Berlim
Produtores são contrários ao fim de subsídio de diesel para as máquinas agrícolas Sob uma temperatura de 2 graus e neve, cerca de 8,5 mil agricultores alemães com centenas de tratores, caminhões e carros com faixas e cartazes fecharam nesta segunda (15/1) os acessos para o Portão de Brandemburgo, um dos principais pontos turísticos de Berlim, para protestar contra o fim do subsídio de diesel para as máquinas agrícolas. Saiba-mais taboola Um dos tratores carregava uma faixa que dizia, em tradução livre: “Falta visão política. São leis e regras sem noção. Primeiro o agricultor moribundo, depois a terra”. Outros traziam faixas com o bordão do movimento: “Zu viel ist zu viel” (demais é demais), numa referência de que a categoria já foi muito sacrificada pelas políticas do governo. Protesto-agricultores-alemães-Berlim-Alemanha Eliane Silva / Globo Rural O ato dos agricultores causou congestionamentos por várias horas nessa região da capital alemã, já que as duas ruas que dão acesso ao portão foram tomadas pelos veículos agrícolas por cerca de 1 km. Cerca de 1,3 mil policiais acompanharam o protesto e só foi permitida a entrada de manifestantes e jornalistas na área, que é sempre muito procurada por turistas. Os líderes dos agricultores discursaram em um palanque montado exatamente sob o portão que traz em cima a estátua da deusa grega Irene, a deusa da paz, que está em uma biga puxada por quatro cavalos. líderes dos agricultores discursaram em um palanque montado exatamente sob o Portão de Brandemburgo Eliane Silva / Globo Rural Muito aplaudido, o presidente da Associação Alemã dos Agricultores, Joachim Rukwied, pediu o levantamento dos encargos adicionais sobre a agricultura, argumentando que o fim do subsídio trará ainda mais prejuízos ao setor que alimenta o país. O apelo não foi ouvido pelo ministro das Finanças, Christian Lindner (FDP), que também discursou na manifestação por cerca de 15 minutos. Ele foi vaiado do começo ao fim pelos agricultores, que portavam bandeiras, cartazes, cornetas e muitas buzinas. “O seu protesto já foi bem-sucedido. O governo ouviu seus argumentos. Não há alteração no imposto dos veículos, a placa verde permanece, mas precisamos gradualmente eliminar os reembolsos ao longo dos próximos anos. Não estou interessado em enfraquecer a agricultura, estou interessado em fortalecer empreendedores sustentáveis”, disse o ministro sob intensas vaias e buzinas. Segundo ele, a eliminação gradual do subsídio do diesel vai reduzir a carga sobre as empresas no futuro. Onda de protestos Os manifestantes começaram a chegar a Berlim na sexta-feira, vindo de vários locais do país, com tratores, caminhões e carros. Foram para o portal por cinco rotas diferentes definidas pela polícia alemã, a Polizei. Cerca de 200 tratores, 40 caminhões e dezenas de outros veículos já estavam estacionados nas imediações do ponto turístico Eliane Silva / Globo Rural Na noite de domingo, cerca de 200 tratores, 40 caminhões e dezenas de outros veículos já estavam estacionados nas imediações do portão, obrigando os motoristas a fazer desvios para passar pela região. O protesto em Berlim é o ápice da onda de protestos de agricultores alemães nos últimos dias. Fechamento de estradas com tratores e outras manifestações já tinham levado o governo alemão a desistir de retirar a isenção do imposto sobre veículos para os agricultores, mas a Associação Alemã de Agricultores quer a reversão total de todos os cortes. O corte de subsídios do diesel, que já existe há 70 anos, faz parte de um plano de poupança do governo federal para o orçamento de 2024. Originalmente, a ajuda deveria parar imediatamente, mas foi adiada para expirar gradualmente em três anos. Pequenos agricultores estimam perdas de até 8 mil euros por ano com o fim do subsídio e dizem que a eliminação gradual não satisfaz porque é apenas um adiamento e não um cancelamento. Ainda nesta segunda-feira, os líderes das associações de agricultores devem se reunir com os líderes dos partidos políticos que compõem o governo (SPD, Partido Verde e FDP) no prédio do Bundestag, o Parlamento alemão.
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