Arroz brasileiro: transformando desafios em oportunidades

Brasil é maior consumidor do grão fora da Ásia O arroz é um dos alimentos mais básicos da dieta brasileira. Não à toa, somos o maior consumidor e produtor do grão fora da Ásia, segundo dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Somente em 2024, produzimos 10,58 milhões de toneladas de arroz, quantidade suficiente para abastecer a demanda interna, que também se mantém em torno deste número. Saiba-mais taboola No entanto, apesar dos resultados expressivos, o setor tem enfrentado um cenário desafiador nos últimos anos. No período pré-pandemia, o baixo preço das sacas do arroz levou muitos agricultores a altos níveis de endividamento. Isso fomentou um movimento de migração para outras culturas como a soja e o milho, além da pecuária. Durante a safra 2022/23, por exemplo, tivemos a menor área plantada de arroz em 47 anos no Brasil. E a lei da oferta e procura é clara: com menor disponibilidade do produto, os preços respingam no bolso do consumidor. Outro ponto de atenção é o impacto das mudanças climáticas, com eventos cada vez mais frequentes no Brasil e no mundo, que acendem um forte alerta sobre os rumos da produção de alimentos. Um dos casos mais recentes foi o Rio Grande do Sul, que enfrentou enchentes devastadoras. Apesar de não ter causado prejuízos maiores às lavouras de arroz - já que a maioria da safra havia sido colhida antes das inundações - o episódio alarmou a cadeia, considerando que o Estado detém 70% da produção da cultura no país. É justamente em meio a esses desafios que o setor vem mostrando sua resiliência e capacidade de adaptação. Vemos um agricultor mais capitalizado e bem-preparado para enfrentar adversidades. Uma indústria que mesmo em meio a dificuldades não deixou faltar o arroz no prato do brasileiro, seja na crise em decorrência da pandemia ou das enchentes que afetaram o maior estado produtor de arroz do país. Além disso, o mercado está passando por um momento de amadurecimento com avanços em tecnologia e pesquisa. Globo Rural O melhoramento genético do arroz, com o desenvolvimento de variedades mais resilientes e adaptadas a diferentes condições, tem sido essencial para aumentar a produtividade e distribuir a oferta ao longo do ano. Afinal, não podemos esquecer que a qualidade do produto que sai da lavoura começa no início do ciclo, no momento que o produtor escolhe as sementes. O uso crescente de agricultura de precisão, sistemas de irrigação eficientes e ferramentas de monitoramento de solos permite otimizar a produção e reduzir desperdícios, tornando o processo menos dependente de recursos naturais. Esse manejo integrado, além de garantir uma gestão mais sustentável da lavoura, possibilita que os produtores tomem decisões mais rápidas e assertivas, minimizando riscos e maximizando o uso de insumos. Leia mais opiniões de especialistas e lideranças do agro Sem falar que o Rio Grande do Sul tem uma ótima vocação agrícola devido às condições geográficas. As áreas de várzea, características do estado, são terrenos naturalmente alagáveis que dispensam a necessidade de grandes intervenções humanas no solo, o que torna o manejo de água mais sustentável. Esse cenário reforça o otimismo para a safra 24/25, com expectativa de um crescimento de cerca de 5% em relação à temporada anterior, especialmente nas regiões da planície costeira interna e da zona sul do estado. No geral, o setor arrozeiro está em um momento de grandes transformações, superando desafios com novas oportunidades de crescimento. A cadeia produtiva já provou sua capacidade de adaptação e resiliência, e está cada vez mais conectada à inovação e às demandas do mercado. O futuro depende de continuarmos a investir em eficiência e tecnologia, sem perder de vista a sustentabilidade da produção. Temos um horizonte otimista pela frente. *Graziela de Morais é gerente de Marketing de Cultivos Arroz e Trigo na Divisão de Soluções para Agricultura da BASF e Andressa Silva é diretora-executiva da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) Obs: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de suas autoras e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Globo Rural

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