Uso de tecnologia é desigual entre empresas do agronegócio

Pesquisa da Totvs mostra que 58% das empresas de grande porte do agro têm sistemas de processamento de dados em tempo real, enquanto adoção entre as pequenas é de 36% As empresas de grande porte no agronegócio se mantêm na vanguarda de uso de tecnologias de campo, de gestão e de análise de dados de suas operações. Mas ainda há espaço para ampliar essa utilização no setor, especialmente pelas empresas de menor porte. Essa é a conclusão de uma pesquisa da Totvs, empresa do setor de tecnologia que fornece soluções operacionais e de administração. Leia também Internet de qualidade chega a apenas 16% dos agricultores no país, diz pesquisa Tecnologia e boas práticas no campo ajudam a enfrentar desafios das mudanças climáticas A companhia fez uma pesquisa com 350 executivos de empresas do agro com faturamento mínimo de R$ 20 milhões sobre produtividade tecnológica e digitalização. Entre as empresas grandes, 58% informaram ter sistemas de processamento de dados em tempo real. Nas empresas consideradas “médias a grandes”, são 44%; nas médias, 15%; e nas pequenas, 36%. Fabrício Orrigo, diretor de produtos agro da Totvs, diz que a explicação para essa diferença vai além do tamanho das empresas. Tem a ver também com estrutura, acesso a recursos e a existência de processos mais estabelecidos. “Quando as empresas começam a ter um porte maior, passam a ter processos mais estruturados, e se torna uma necessidade ter controles, gestão e compliance. Os sistemas vêm ajudar em tudo isso. Nas de menor porte, os investimentos acabam se concentrando na produção, como porta de entrada, para, depois, ir para a gestão”, afirma. Com uma maturidade tecnológica maior, as grandes companhias podem influenciar as demais e, assim, contribuir com a digitalização em todo o agronegócio, na visão da Totvs. Os desafios, de acordo com Orrigo, são diversos. Um deles, é cultural, que tende a ser vencido à medida que a gestão das empresas passe por uma mudança geracional. Outro desafio é como atender um setor diversificado, como a agropecuária. O executivo diz acreditar que um caminho é a segmentação. Um mesmo sistema voltado para a cana-de-açúcar, por exemplo, poderia abranger usuários de vários portes e perfis na cadeia produtiva. O mesmo poderia ocorrer em outras áreas. Saiba-mais taboola “Um cliente mais complexo vai utilizar todos os módulos do sistema. Outro vai usar menos módulos, porque não tem uma operação que demanda um controle maior”, explica. E há também desafios relacionados à conectividade, em dois aspectos específicos. Um deles é o acesso à internet, que embora esteja avançando, ainda é um gargalo no campo. A Associação ConectarAGRO estima que a proporção de imóveis rurais conectados no Brasil é de 43,8%. Outro aspecto é interconectar as informações geradas pelas diversas soluções. “As empresas de maior porte já estão à frente nesse sentido porque já têm ferramentas mais robustas ou trabalham com fornecedores de sistemas integrados. Para as menores, a integração dos sistemas ainda é um desafio grande”, diz Orrigo. A Totvs tem negócios nas áreas de crédito, performance de negócios e gestão — segmento que atende clientes do agronegócio. Seus clientes atuam em bioenergia, originação e beneficiamento. Segundo Orrigo, o segmento cresce acima das metas.

Uso de tecnologia é desigual entre empresas do agronegócio
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