China deverá abrir quatro mercados para o agro brasileiro

Acordos incluem sorgo, uvas frescas, gergelim e farinha de peixe Brasil e China deverão assinar ao menos quatro protocolos sanitários para viabilizar a exportação de novos produtos brasileiros ao país asiático. Os acordos serão firmados amanhã (20/11), em agenda entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Xi Jinping, em Brasília. Leia também Embarcar soja à China custa mais no Brasil Brasil tenta aumentar exportações de café para a China As assinaturas serão para aberturas de mercado da China para sorgo, uvas frescas, gergelim e farinha de peixe, coproduto usado para fabricação de ração animal. Outros protocolos estão em discussão, mas não devem ser assinados amanhã, como para exportação de miúdos suínos e bovinos, apurou a reportagem. A definição dos detalhes técnicos para exportação de miúdos suínos está em estágio mais avançado e ainda há uma possibilidade de o processo ser finalizado durante a visita de Xi Jinping, disse uma fonte a par das tratativas. As demais negociações deverão ser concluídas em breve. Nesta quarta-feira, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, participará de um jantar em homenagem ao presidente chinês, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. Ele poderá levar até 15 convidados. A lista deverá ser preenchida com empresários brasileiros do agronegócio e executivos de entidades de setores exportadores de produtos para a China, como carnes e algodão. Frigoríficos Apesar de sempre gerar expectativa no setor, a China não vai anunciar a habilitação de novas plantas frigoríficas do Brasil para exportação de carnes para lá, disse essa fonte. Esse movimento deverá ficar para o primeiro trimestre de 2025. Ao longo deste ano, 39 estabelecimentos já foram autorizados a embarcar carnes bovina, suína e de aves para lá. No ano passado, outras quatro unidades haviam recebido o aval de Pequim e quase todas empresas que estavam com as vendas embargadas receberam autorização para retomar a comercialização. Apenas a BRF de Rio Verde permanece com o acesso à China bloqueado desde 2018. Saiba-mais taboola Há cerca de um mês, o Ministério da Agricultura enviou uma nova lista aos chineses com 47 frigoríficos aptos para habilitação. Desses, cerca de 30 são de carne bovina. Após comprovar o cumprimento dos requisitos sanitários ao governo brasileiro, as empresas são avaliadas por Pequim, que dá a palavra final. Uma fonte que acompanha as negociações disse à reportagem que novas habilitações devem ocorrer no primeiro trimestre de 2025, focadas em plantas exportadoras de carnes de aves e suína. As auditorias nessas unidades serão feitas entre janeiro e fevereiro do próximo ano. Como a China tem dado suporte para impulsionar a produção interna de carne bovina atualmente, a autorização de novos frigoríficos que exportam essa proteína deve ficar para o segundo semestre do ano que vem.