Comissão da Câmara cobra do governo explicações sobre ‘caso Carrefour’
Deputado questiona a avaliação do Itamaraty sobre a decisão da empresa O deputado Evair de Melo (PP-ES), presidente da Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, apresentou em requerimento de informação ao ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, sobre o posicionamento do governo brasileiro diante da decisão do Carrefour de suspender a compra de carne do Mercosul em suas operações na França. A proposta precisa ser votada e aprovada no colegiado antes de ser encaminhada ao chanceler. Leia também Caso Carrefour pode afetar preço das carnes? Entenda Entenda a polêmica do Carrefour e os desdobramentos no Brasil Carrefour começa a sentir ruptura em carne, e setor quer retratação pública Apesar de o boicote do Carrefour simbolizar uma pauta que direita e esquerda brasileira criticam igualmente, o movimento do parlamentar marca o início de uma pressão da oposição ao Palácio do Planalto acerca do episódio. No requerimento, Melo questiona a avaliação do Itamaraty sobre a decisão do Carrefour e diz que a "postura aparenta ser uma medida protecionista disfarçada de preocupação com padrões sanitários". O parlamentar quer saber da diplomacia brasileira quais as medidas concretadas adotadas para responder ao que ele chamou de "afronta à reputação da carne brasileira e ao agronegócio nacional". O deputado pergunta ao ministro por que o Brasil não adotou "posição mais firme, como sanções comerciais ou ações diplomáticas enérgicas" diante da decisão da rede francesa, que ele qualificou de "tentativa de enfraquecer as negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia". Uma das questões levantadas pelo deputado é como o Itamaraty está se posicionando para garantir que essa crise não comprometa as negociações do acordo e como vai atuar para proteger a imagem do agronegócio e impedir prejuízos à posição no comércio global do setor. Outro questionamento direcionado ao chanceler é se o Brasil deveria revisar suas relações comerciais e diplomáticas com empresas e governos que desrespeitam a soberania e a produção brasileiras. "Por que o Itamaraty não respondeu publicamente à altura às declarações do CEO do Carrefour, que ofendem a integridade de nossa produção? Isso não enfraquece a posição do Brasil no cenário internacional?", pergunta o deputado. O Itamaraty não se posicionou sobre o episódio. Nesta segunda-feira, a embaixada brasileira em Paris condenou a declaração do CEO global do Carrefour, Alexandre Bompadr, contra as carnes dos países sul-americanos. Em resposta, frigoríficos brasileiros suspenderam a venda de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil, que inclui as redes Carrefour, Atacadão e Sam’s Club. "É fundamental que o Ministro das Relações Exteriores esclareça a atuação do Itamaraty diante dessa crise com o Carrefour, apresentando o posicionamento oficial do Brasil sobre o caso. Ademais, espera-se que o ministro aborde o impacto dessa situação nas negociações do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, reafirmando a defesa dos interesses nacionais e a soberania brasileira no cenário internacional", diz o deputado na justificativa da proposta.
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