Melhores do Agro: Economista vê perspectiva positiva para o setor em 2025
Para Mendonça de Barros, melhora no regime de chuvas, as perspectivas de valorização do dólar em relação ao real e de queda nos juros estão entre fatores que devem favorecer o desempenho do O agronegócio brasileiro está deixando para trás um período difícil e conta com perspectivas favoráveis para o ciclo 2024/25. A melhora no regime de chuvas, as perspectivas de valorização do dólar em relação ao real e de queda nos juros estão entre fatores que devem favorecer o desempenho do agronegócio no atual ciclo, na avaliação do economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Agro. Leia também Melhores do Agronegócio: Empresas vão voltar a investir em 2025 Zoetis é a Campeã das Campeãs do Melhores do Agronegócio 2024 “Tudo indica que teremos uma bela recuperação da produção. A chuva atrasou, mas finalmente chegou. Os climatologistas são unânimes em dizer que, descontado o atraso, vamos ter uma temporada de chuvas bastante razoável”, afirmou Mendonça de Barros. Em relação ao câmbio, o economista estima que o país viverá um período em que o real ficará mais desvalorizado em relação ao dólar, por conta de dois fatores. Um dos fatores é a demora do governo em definir os cortes nos gastos públicos, o que aumenta o risco-país. Outro fator é a vitória nos Estados Unidos de Donald Trump. “Havia expectativa de que a vitória do Trump detonaria quatro coisas de saída: mais tarifa de importação nos Estados Unidos; uma mão mais dura na imigração, que significa restrição de mão de obra para setores como agricultura e construção civil; redução do imposto para empresas, o que eleva o déficit do país e causa aumento da inflação americana, levando o país a voltar a aumentar os juros. O resultado disso é um dólar muito valorizado”, afirmou Mendonça de Barros. O economista estima que o dólar no ano que vem deve ficar em torno de R$ 5,50 no fim do ano. Ele pondera que quando o governo brasileiro definir a questão fiscal o real tende a valorizar um pouco em relação ao dólar. “A média do câmbio para a agricultura será melhor que no passado recente e isso vai compensar um pouco a queda nas cotações das commodities em dólar. Por isso projetamos aumento de produção e aumento do preço recebido, com uma recuperação significativa no valor global a ser recebido pela produção”, afirmou Mendonça de Barros. O economista também espera queda nos preços do petróleo nos próximos meses, com demanda internacional relativamente fraca, devido principalmente à desaceleração da economia da China; aumento de produção em países como Brasil, Guiana e Estados Unidos; e a perspectiva de um cessar-fogo dos países em conflito no Oriente Médio. Alberto Martinhago Vieira, diretor de agronegócios e agricultura familiar do Banco do Brasil, disse que o banco trabalha com estimativa de dólar médio de R$ 5,50 para o ano que vem. “Para a próxima safra a nossa expectativa é muito positiva. A gente está com uma confiança muito grande que 2025 e 2026 sejam anos muito positivos”, afirmou Vieira. O executivo disse que o Banco do Brasil já bateu R$ 100 bilhões em desembolsos de recursos do Plano Safra 2024/25. “A gente ultrapassou a quantidade de contratos do ano passado em 1% a 2%. O valor desembolsado ficou um pouco abaixo da safra passada, porque teve atraso na tomada dos créditos, teve redução nos preços dos insumos”, acrescentou. José Aroldo Gallassini, presidente do conselho de administração da Coamo, disse que como produtor espera que o dólar atinja o maior patamar possível. “A gente torce para ter um dólar bom. É importante que tenha bons preços na hora da produção”, afirmou Gallassini. Saiba-mais taboola Os executivos participam esta noite (25) da cerimônia de premiação Melhores do Agronegócio 2024, organizado pela “Globo Rural”. Maria Fernanda Delmas, diretora de redação no Valor Econômico, observou que as 500 maiores empresas do agronegócio em 2023 faturaram ao todo R$ 1,61 trilhão. “Só cerca de 50 países têm o PIB [Produto Interno Bruto] acima desse valor, para a gente reforçar a força que esse setor tem”, afirmou. O secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Guilherme Piai, destacou a importância do Estado para o agronegócio brasileiro, respondendo por 18,5% da produção agropecuária do país. “Estamos quebrando recordes na balança comercial. Crescemos 11,2% até outubro na balança comercial. Somos o primeiro Estado do país, passando o Mato Grosso, em exportações do agronegócio. Isso graças ao trabalho incansável de aproveitar cada palmo de terra do Estado”, afirmou Piai.
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