Depois da Danone e Carrefour, grupo francês Tereos ataca agro brasileiro
26/11/2024 Depois da Danone e Carrefour, grupo francês Tereos ataca agro brasileiro O CEO do grupo sucroenergético francês Olivier Leducq, que no Brasil produz o açúcar da marca Guarani, faz declaração mentirosa sobre o agro brasileiro, segundo o ex-ministro da Agricultura, Antonio Cabrera. Foto Reprodução - Linkedin Em entrevista para o BrasilAgro concedida pelo ex-ministro da Agricultura, Antonio Cabrera, ele denuncia que depois dos ataques ao agro brasileiro por executivos da Danone e do Carrefour, agora o grupo sucroenergético francês Tereos através do seu CEO Olivier Leducq se junta através de declarações mentirosas. A Tereos produz no interior de São Paulo usinas para produzir o açúcar da marca Guarany. Antonio Cabrera, ex-ministro da Agricultura. Foto Reprodução - Linkedin Entrevista com Antonio Cabrera, ex-ministro da Agricultura: O Sr. tem usado suas redes sociais para estimular boicotes aos grupos franceses Danone e Carrefour, e agora também ao grupo de cooperativa francesa produtora de açúcar Tereos, que aqui no Brasil produz açúcar da marca Guarani. O que estes 3 grupos têm em comum? Tem em comum o velho mercantilismo colonialista francês. É impressionante o alinhamento do presidente Macron com os CEOs dessas empresas. Isso é pior que o capitalismo de compadrio. São empresas privadas dormindo no leito do Estado. Especificamente, que manifestações contra o agro brasileiro têm sido feitas por dirigentes da Tereos? O CEO da empresa, Olivier Leducq, deu a seguinte declaração, se posicionando contra o acordo comercial da UE com o Mercosul, fazendo acusações falsas contra o agro brasileiro: “Como é que as nossas explorações agrícolas conseguirão fazer face à concorrência desleal de produtos importados que não cumprem as mesmas normas ambientais e sociais?” Todo mundo tem o direito de ter a sua voz ouvida em diferentes questões, mas não à custa dos centavos dos acionistas. Foi isso que o sr. Leducq fez, mas com uma vergonhosa fake news. A sua declaração é mentirosa, pois as normas ambientais brasileiras são muito mais rigorosas do que as francesas. O pronunciamento poderia até ter razão, mas no sentido contrário: são os agricultores franceses que nem se aproximam do que hoje um agricultor brasileiro tem que cumprir. Quais são, estruturalmente, as diferenças entre o agro brasileiro e o francês? São diferenças brutais. A França não tem agricultores, mas funcionários públicos, pois grande parte da renda deles vem do tesouro francês. A União Europeia gasta cerca de 59 bilhões de euros por ano em subsídios agrícolas e a maior parte deles com a França. Os agricultores franceses nem se aproximam do que hoje um agricultor brasileiro tem que cumprir. Um dos itens que revoltaram os agricultores franceses era o que obrigava a manter 4% de suas terras em pousio. Veja bem, pousio e não uma forma permanente de proteção ambiental. O resultado, depois de imensos protestos, é que a norma foi revogada. A profunda ironia nesse ponto é que no Brasil, o país que é motivo de críticas pelo CEO da Tereos, em média, 49,2% dos nossos imóveis rurais está dedicado à preservação ambiental. A França está iniciando uma guerra comercial. O resultado é que o Brasil exportou mais para a Tailândia do que para a França no ano passado (Da Redação, 26/11/24)
Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET