Exportações Brasileiras para a Argentina Registram Queda de 25% em Meio a Ajustes Econômicos de Milei e Relação Tensa Entre os Países
Logística e Transporte Exportações Brasileiras para a Argentina Registram Queda de 25% em Meio a Ajustes Econômicos de Milei e Relação Tensa Entre os Países Mercosul inicia sua 65ª cúpula com divergências entre as principais economias do bloco Publicado em: 05/12/2024 às 11:50hs A 65ª cúpula do Mercosul, que começa nesta quinta-feira, reúne Brasil e Argentina, as duas maiores economias da região, em um cenário de relação tensa e divergente. Essa dificuldade de entendimento entre os países reflete-se, por exemplo, na queda das exportações brasileiras para a Argentina, que registraram uma redução de 24,8% no período de janeiro a outubro deste ano, comparado ao mesmo intervalo de 2023. Enquanto isso, as importações brasileiras da Argentina aumentaram 9,7%. Embora a balança comercial entre os dois países ainda se mantenha positiva, o superávit brasileiro caiu drasticamente, de 4,75 bilhões de dólares para 69 milhões de dólares no mesmo período. A embaixadora Gisela Padovan, secretária para a América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty), atribui essa queda nas exportações ao ajuste fiscal promovido pelo presidente argentino, Javier Milei. "Não estou preparada para comentar detalhadamente sobre a economia argentina, mas a única explicação plausível para essa queda tão abrupta é a mudança de governo, que implementou um ajuste econômico muito forte, com implicações negativas para nós", afirmou Padovan em entrevista sobre a cúpula do Mercosul, que ocorrerá em Montevidéu nesta quinta e sexta-feira. Em 2023, o Brasil obteve um superávit de cerca de 6 bilhões de dólares com os países do Mercosul. Neste ano, no entanto, o cenário está mais equilibrado, com a corrente comercial entre Brasil e Argentina diminuindo em 10,8 bilhões de dólares, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). "Ao que parece, o equilíbrio é desejável, mas com mais comércio, e não menos, como estamos observando", destacou a embaixadora. Embora não haja novas barreiras comerciais internas entre Brasil e Argentina que possam justificar essa queda no comércio, a dificuldade nas relações políticas tem dificultado a resolução de problemas comerciais e a promoção de um comércio mais ativo entre os dois países. A cúpula do Mercosul desta semana marca a primeira participação do presidente Milei no evento, após sua ausência no encontro do bloco em Assunção no ano passado. Na ocasião, ele optou por participar da Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC), em Camboriú (SC), onde se reuniu com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa foi a primeira vez que um presidente de um dos países fundadores do Mercosul – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai – faltou a uma cúpula por decisão própria. O presidente argentino tem sido crítico em relação ao Mercosul e chegou a ameaçar retirar a Argentina do bloco. Milei tem buscado fazer acordos comerciais com outros países fora da estrutura do Mercosul, mas o progresso do aguardado acordo de livre comércio com a União Europeia tem sido um fator crucial para que a Argentina ainda permaneça no bloco. Os quatro membros fundadores do Mercosul, segundo fontes que acompanham as negociações, estão alinhados quanto aos termos do acordo com a União Europeia e esperam que a parte europeia também aceite as condições estabelecidas, para que o acordo possa ser finalmente concluído. Fonte: Portal do Agronegócio ◄ Leia outras notícias
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