Novas torres ‘ligam’ a inteligência das máquinas agrícolas no Piauí
Com avanço no Matopiba, Case IH e TIM ampliam iniciativa de conectividade em áreas rurais Sem internet, as máquinas inteligentes não conseguem “pensar” — ou, se pensam, o operador não consegue saber o que dizem, já que os dados não chegam até ele imediatamente. “A conectividade é essencial para aproveitar todo o potencial tecnológico de nossas máquinas”, afirma Denny Perez, diretor comercial da Case IH no Brasil. Leia também Pesquisa aponta interesse do produtor para investir em máquinas agrícolas Em fazenda de soja, máquina só engole biodiesel puro A marca, que integra o portfólio da multinacional CNH, e a operadora de telefonia TIM criaram um projeto para preencher os buracos de conectividade no campo em dois dos mais importantes polos agrícolas do país. A iniciativa, de instalação de torres de telecomunicação, já resultou na criação de 37 estruturas do gênero em Mato Grosso e no Matopiba, como é conhecida a região que compreende as áreas de agropecuária de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O sinal das torres já cobre cerca de 1 milhão de hectares que antes não tinham acesso à internet. Com ela, 1,1 mil máquinas agrícolas passaram a ter conexão. A Case IH, que lidera o projeto, comercializa máquinas de grande porte. Toda a linha de produtos da marca, do menor trator à maior colheitadeira, conta com tecnologia de conectividade, o que torna possível o monitoramento em tempo real das operações — isso, claro, quando há internet disponível. “Começamos com um pool de grandes clientes. Quem fizesse compras acima de um determinado valor (em torno de R$ 6 milhões), recebia uma antena que instalávamos com a TIM”, conta Perez. A fase mais recente da parceria concentrou-se no Matopiba, região que, em 2023, produziu 10% da safra brasileira de grãos e que responde por 8% das vendas de tratores e colheitadeiras da Case IH. Saiba-mais taboola A Sierentz Agro Brasil, uma das dez maiores companhias agrícolas do Brasil, que cultiva em 100 mil hectares e fatura cerca de R$ 160 milhões por ano, instalou duas torres em suas propriedades. A mais recente é a da Fazenda Serra do Ovo, em Santa Filomena (PI). Segundo a empresa, as torres vão dar impulso à sua estratégia de inovação. O sinal de internet dessas estruturas vai oferecer cobertura digital para 59 mil hectares, o que vai conectar 1.393 pessoas, 104 pequenos e médios produtores e uma escola pública na área rural do município. “Temos 11 camadas de informação digital, desde o preparo do solo até a colheita, o que nos permite tomar decisões mais precisas e eficientes”, diz Christophe Akli, o principal executivo da empresa. Com operações no Piauí, Pará e, principalmente, no Maranhão, a Sierentz produz em terras arrendadas e exporta 100% da colheita. Akli conta que a trajetória da companhia pode ser dividida em três fases. Na primeira, de 2017 a 2020, ela priorizou melhorias na gestão e a integração de sistemas tecnológicos para conectar máquinas e sistemas de planejamento agrícola. Na segunda fase, que começou em 2020, ela ampliou a área de produção por meio do arrendamento de novas áreas no Pará e no Maranhão, totalizando mais de 70 mil hectares. Na terceira, que está em curso, o foco principal é a inovação. A Sierentz emprega cerca de 600 pessoas. Tem cinco centros de produção, com blocos de terras com áreas que vão de 10 mil a 30 mil hectares. A empresa projeta colher 300 mil toneladas de soja e 300 mil toneladas de milho na safra 2024/25, quando a produtividade dessas culturas deverá ser de 62 sacas por hectare e 120 sacas por hectare, respectivamente. Paola Campiello, presidente da ConectarAgro, entidade que promove a expansão da internet nas áreas rurais, destaca a importância de se ampliar a conectividade no agro. “Apenas 19% do campo está conectado, um número muito baixo se comparado ao de países como os Estados Unidos. Estamos trabalhando para mudar esse quadro, buscando parcerias com o governo e utilizando fundos como o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST) para levar conectividade ao pequeno e médio produtor”, afirma. A jornalista viajou a convite da CNH
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