Programa 'caça' gargalos de conectividade em zonas rurais
Semear Digital estabelece parcerias para tentar criar soluções para o problema Um dos maiores desafios para a conectividade rural no Brasil é que, entre pequenos e médios produtores, o acesso à infraestrutura é limitado. Uma série de iniciativas, lançadas por agentes públicos e privados, tem tentado enfrentar esse gargalo – e uma das mais abrangentes é o Semear Digital. Liderado pela Embrapa e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o projeto, lançado em 2023, quer alcançar até 14.000 imóveis rurais. Leia também Levantamento atesta "furos" da conectividade em zonas rurais Acesso à internet aumenta e chega a quase 44% dos imóveis rurais Grupo de trabalho busca ampliar conectividade no campo A iniciativa prevê ações como a criação de Distritos Agrotecnológicos (DATs) em diferentes regiões para permitir a inserção de tecnologias. Ao todo, o Semear Digital já instalou dez DATs, cinco deles em São Paulo, nos municípios de Caconde, São Miguel Arcanjo, Jacupiranga, Lagoinha e AlAlegre. Ingaí, em Minas Gerais, completa a lista de DATs no Sudeste. Breves (PA) abriga o Distrito Agrotecnológico da Região Norte, e Boa Vista do Tupim (BA) foi a primeira cidade do Nordeste a receber uma unidade. Guia Lopes da Laguna (MS) e Vacaria (RS) completam a lista. A seleção dos locais dos DATs ocorre com base em indicadores socioeconômicos. A partir deles, identificam-se os gargalos de conectividade que os produtores mais enfrentam e também as instituições e empresas capazes de suprir as necessidades de cada região. Além da Embrapa e da Fapesp, o Semear Digital também tem parcerias com a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP) e o Instituto Agronômico (IAC). Por meio desse trabalho em conjunto, o projeto propõe soluções e capacita produtores, técnicos e consultores. A ideia é que o DAT funcione como um projeto-piloto de fazenda inteligente. Em Caconde, por exemplo, os pesquisadores trabalharam com pescadores e cafeicultores para entender as demandas dessas atividades. Já o DAT de Breves, localizado na Ilha de Marajó, conecta uma região com deficiências não apenas digitais, mas também logísticas. “Na região amazônica, a conectividade enfrenta o desafio adicional das distâncias, que dificultam o acesso à tecnologia. É fundamental que os agricultores se sensibilizem com essas alternativas”, afirma Silvia Massruhá, presidente da Embrapa e pesquisadora responsável pelo Semear Digital. *Sob orientação de Denise Saueressig
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