Aridez já afeta 40% das terras aráveis do planeta, que não voltarão a ser como eram

Estudo da ONU aponta que a aridez é ‘uma crise existencial que está redefinindo a vida na Terra’, à perda de ecossistemas e ao deslocamento forçado A terra do planeta está secando. Mais de 77% das terras enfrentaram condições mais secas durante 1990-2020 em comparação com os parâmetros do ciclo anterior, de 1960-1990. No mesmo período, as terras secas aumentaram em 4,3 milhões de km2, área quase um terço maior do que a Índia, o sétimo maior país do mundo. Initial plugin text A aridez é “a crise existencial que está redefinindo a vida na Terra”, diz um relatório de cientistas a pedido da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e lançado nesta segunda-feira (9/12), em Riad, na Arábia Saudita. Cinco bilhões de pessoas podem ser afetadas até 2100, diz a ONU. Terras secas cobrem agora 40,6% de todas as terras do planeta, excluindo a Antártica. O número de pessoas que vivem em terras secas mais do que dobrou no período. As estimativas calculam 2,3 bilhões em 2020 em comparação com 1,2 bilhão de 30 anos antes. A tendência de terras permanentemente mais secas vem sendo observada mesmo com eventos climáticos extremos como tempestades e inundações atingindo algumas regiões do globo. Nas últimas décadas, cerca de 7,6% das terras globais, uma área maior que o Canadá, saltaram de graduação nos limites de aridez. Ou seja, terras que não eram consideradas secas passaram a ser, ou regiões que eram menos áridas agora se tornaram mais áridas. A maioria dessas áreas passou de paisagens úmidas para terras secas. O impacto vem sendo sentido cada vez mais pela agricultura, os ecossistemas e as pessoas que vivem nesses territórios. Estes dados fazem parte do estudo “The Global Threat of Drying Lands: regional and global aridity trends and future projections”. O relatório tem 156 páginas e documenta as tendências e os impactos atuais e futuros do processo que está tornando as terras mais secas. “Uma área global equivalente à metade do tamanho da Austrália”, diz o prefácio do estudo “transformou-se de terras úmidas para terras secas com menos chuva para plantações, pastagens, natureza e pessoas”. Segue: “Essas estatísticas são algumas dos muitos achados sombrios de novas análises reveladas nesse relatório”. Perigo global Pela primeira vez, diz o estudo, os cientistas da UNCCD mapearam “um perigo global e existencial anteriormente encoberto por uma névoa de incerteza científica. Seu nome é aridez — a condição climática e duradoura de umidade insuficiente para sustentar a vida”. Initial plugin text Cientistas ligados à Convenção de Desertificação criaram há vários anos um índice de aridez. Trata-se de um cálculo que relaciona o volume de chuva dividido pela evapotranspiração do ano — um balanço de quanto determinada região recebe e perde de água. Os pesquisadores criaram três categorias: clima árido, semiárido e subúmido seco. Quanto mais perto de zero, mais árida é determinada região. O índice de aridez é um dos indicadores que a UNCCD utiliza para identificar áreas suscetíveis à desertificação. O estudo explica também as diferenças entre seca, escassez de água e aridez. São situações que podem estar relacionadas, mas não significam a mesma coisa. “As secas ocorrem quando a chuva não cai ou cai muito pouco por períodos prolongados, mas ainda assim limitados”. Ou seja, secas são eventos que acontecem e terminam. A escassez hídrica, por sua vez, vem de decisões humanas equivocadas sobre o uso da terra e da água. Um solo desmatado fica mais exposto à ação do sol e, portanto, mais seco. Água usada em excesso e além do suprimento, se tornará escassa. “O aquecimento global está tornando as secas piores e mais frequentes, e podem ser devastadoras”, diz o estudo. Entre 2007 e 2017, secas afetaram mais de 1,5 bilhão de pessoas no mundo e custaram US$ 125 bilhões. “Mas as secas terminam e a recuperação é possível”, dizem os pesquisadores. “A aridez crescente é diferente — é uma ameaça implacável que exige medidas de adaptação duradouras”, diz o relatório. “Os climas mais secos de agora afetam vastas regiões no mundo, que não voltarão a ser como eram antes”. Ibrahim Thiaw, secretário-executivo da UNCCD diz que “ao contrário das secas, que são períodos temporários de pouca chuva, a aridez representa uma transformação permanente e implacável”. Ele é contundente: “As secas acabam. Mas quando o clima de uma área se torna mais seco, perde-se a capacidade de se retornar às condições anteriores. Os climas mais secos que agora afetam vastas terras em todo o mundo não voltarão a ser como eram, e essa mudança está redefinindo a vida na Terra.” As projeções mostram que 5 bilhões de pessoas poderão habitar terras secas até o final do século Maria Hsu/Wikimedia Commons Ação humana Se atualmente 25% da população mundial vive em terras secas que estão se tornando cada vez maiores, as projeções mostram que 5 bilhões de pessoas poderão habitar terras secas até o final do século. “Todos estão, ou estarão, em risco de desertificação — a al

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