Análise dos Impactos do Acordo UE-Mercosul para o Mercado de Açúcar Brasileiro
Análise de Mercado Análise dos Impactos do Acordo UE-Mercosul para o Mercado de Açúcar Brasileiro Acordo Estabelece Isenção Tarifária Limitada para o Açúcar Publicado em: 11/12/2024 às 19:20hs Na semana passada, o mercado de açúcar foi marcado por intensas discussões sobre o acordo firmado entre a União Europeia (UE) e o Mercosul no dia 6 de dezembro, que ainda depende de aprovações adicionais. O pacto estabelece a isenção tarifária para a importação de certos produtos do Mercosul para a UE, incluindo café e frutas. No entanto, itens agrícolas mais sensíveis, como carne bovina, etanol, carne suína, mel, açúcar e aves, continuam com restrições. De acordo com Lívea Coda, analista de Açúcar e Etanol da Hedgepoint Global Markets, para o açúcar, o acordo prevê uma cota tarifária de 180.000 toneladas com isenção de tarifas, mas sem mudanças significativas nas condições já existentes. As importações que excederem essa cota continuarão sujeitas às tarifas vigentes. Estrutura Tarifária Atual e Perspectivas para o Brasil Atualmente, o sistema de importação de açúcar na UE adota uma estrutura preferencial, aplicando tarifas diferenciadas conforme a origem do produto. Países dentro da cota CXL, como Brasil, Austrália, Cuba e Índia, pagam uma tarifa de 98 euros por tonelada para o açúcar bruto destinado ao refino. Já países menos desenvolvidos, como os Bálcãs e os da África, Caribe e Pacífico (ACP), são isentos de tarifas, exceto para o açúcar mascavo destinado ao consumo direto, que é taxado em 419 euros por tonelada. Embora o Brasil já exporte anualmente acima da cota proposta pelo acordo, com cerca de 600.000 toneladas exportadas, das quais 540.000 toneladas são de açúcar bruto, a cota de 180.000 toneladas representa um volume relativamente pequeno. Lívea Coda destaca que, apesar de o Brasil exportar mais do que a cota estipulada, a maior oferta de açúcar na Ucrânia e as boas perspectivas de produção na Europa podem reduzir a participação do Brasil no mercado europeu. Até novembro de 2024, o Brasil exportou aproximadamente 400.000 toneladas para o bloco europeu, um volume abaixo da média, mas ainda superior à cota estabelecida. Assim, é improvável que o pacto afete os preços ou a dinâmica do mercado de açúcar. Produção de Açúcar na Índia e Perspectivas Climáticas Enquanto isso, a produção de açúcar na Índia enfrenta desafios, com a safra de 2024/25 iniciando de forma lenta devido a festividades, eleições estaduais e questões climáticas. No entanto, a moagem de cana está acelerando. Dados da NFCSF mostram que, em novembro, 381 usinas processaram 33,2 milhões de toneladas de cana, gerando 2,79 milhões de toneladas de açúcar. Esse volume representa uma redução de 34% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 433 usinas produziram 4,23 milhões de toneladas. Impacto Macroeconômico: EUA e Brasil Em relação ao cenário macroeconômico, o mercado global projeta um novo corte de 25 pontos-base na taxa de juros do Federal Reserve (Fed), previsto para a reunião de 17 e 18 de dezembro. No Brasil, a alta da inflação aumentou as expectativas de um ajuste de 75 pontos-base na taxa Selic, para 12%, visando conter a inflação e a desvalorização do real. No entanto, a situação fiscal do país ainda limita o potencial de valorização cambial. Para o mercado de açúcar, o impacto macroeconômico parece limitado. Uma valorização do real poderia desestimular as exportações, mas é improvável que a taxa de câmbio caia significativamente abaixo de 6 BRL/USD. Além disso, a entrada na entressafra no Centro-Sul brasileiro em 2025 pode restringir a oferta de açúcar, especialmente no primeiro trimestre, o que pode sustentar os preços em caso de aumento da demanda. Fonte: Portal do Agronegócio ◄ Leia outras notícias
Essa é mais uma manchete indexada e trazida até você pelo site Agromundo.NET