Recomposição de vegetação nativa pode gerar R$ 4,2 bilhões na produção agrícola de SP

Estudo mostra que a mata nativa próxima aos plantios aumenta a polinização das abelhas e melhora a produtividade das lavouras A restauração da vegetação nativa em torno das áreas agrícolas, além de melhorar a proteção da biodiversidade, pode também beneficiar a produtividade das lavouras, ampliar a renda do produtor rural e elevar o valor da produção agrícola. Leia também Brasil tem 74 milhões de hectares de excedente de vegetação nativa preservada Ganhos na produção de café com reflorestamento superam custos Instituto ajuda a criar unidades de conservação ambiental em MG Foi o que identificou um estudo inédito realizado pela Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil) em parceria com a Universidade de São Paulo, que apontou que a recomposição de áreas florestais pode gerar um aumento de R$ 4,2 bilhões à produção agrícola do Estado de São Paulo. De acordo com Rafael Chaves, vice-diretor do projeto pela Semil e coautor do estudo, a presença da mata nativa ao lado dos plantios aumenta a polinização gerada pelas abelhas e melhora a produtividade das lavouras. Ele explica que nestes cenários a polinização pode dobrar. “Hoje estamos com baixa polinização devido à vários fatores, como por exemplo a toxicidade de agroquímicos às abelhas”, diz. Os resultados indicam um potencial de ganho de R$ 1,4 bilhão nas plantações de soja, de R$ 1 bilhão nos pomares de citros e de R$ 660 milhões nas lavouras de café. Culturas como goiaba, abacate e manga também apresentariam, juntas, ganhos de R$ 280 milhões. A pesquisa inovou ao analisar de forma pormenorizada a relação entre áreas de mata nativa e lavouras, quantificando a influência da proximidade da vegetação na polinização. “Ao considerar a capacidade de deslocamento das abelhas e a maior concentração de polinizadores próxima às áreas de mata, o estudo calculou o valor econômico do serviço ecossistêmico prestado pela polinização” explica o pesquisador. A pesquisa mostrou que 35% dos cultivos do estado de São Paulo possuem algum tipo de dependência de polinização para produzir. “As frutas em geral, como melancia, goiaba e abacate, dependem mais”, conta. No entanto, as lavouras de soja, café e citros, respondem pela maior parte dos ganhos apontados no estudo devido sua importância econômica. O estudo aponta para a utilização de incentivos como créditos de carbono e de biodiversidade, além do cumprimento da legislação ambiental, como estratégias para impulsionar a recomposição da vegetação nativa e, consequentemente, aumentar a produção agrícola. A pesquisa recebeu investimento de R$ 4,3 milhões da Fapesp. O trabalho foi desenvolvido pelo grupo do projeto Biota Síntese, que é coordenado por várias instituições, entre elas a Semil e a Universidade de São Paulo (USP), e atua como um núcleo de análise para integrar ciência e política pública, promovendo a colaboração entre pesquisadores, governo e sociedade civil. Pesquisadores e técnicos da Secretaria, além de outras instituições, apresentaram no Conselho Estadual de Meio Ambiente (Consema), os resultados de estudos realizados nos últimos dois anos. “É um trabalho que traz subsídios tanto para a melhoria das políticas públicas atuais quanto para a formulação de novas políticas”, afirmou Jônatas Trindade, subsecretário de Meio Ambiente.

Recomposição de vegetação nativa pode gerar R$ 4,2 bilhões na produção agrícola de SP
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