Tecnologia no agro: será que as inovações são usadas em todo o seu potencial?
Cerca de 95% dos agricultores já usam ao menos um produto digital para acelerar o processo produtivo Nenhuma novidade na frase “a tecnologia está no campo”. Quem participa dos eventos do setor, em todas as partes do país, percebe claramente o quanto as soluções tecnológicas apresentadas vêm sendo adotadas pelo agro: proliferam dispositivos inteligentes, maquinários sustentáveis, soluções com inteligência artificial (IA) embarcada e softwares avançados que geram um sem-número de dados. Saiba-mais taboola Uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília (UnB), em 2024, aponta que cerca de 95% dos agricultores já usam ao menos um produto digital para acelerar o processo produtivo. Contudo, por mais que a tecnologia seja uma aliada pujante para os negócios e essencial para o desempenho das empresas do setor agropecuário, duas questões importantes precisam ganhar mais espaço no segmento - ainda mais quando se fala em soluções digitais. A primeira dessas questões é o retorno dos investimentos que as inovações podem trazer, o famoso ROI. Interrelacionada, a segunda diz respeito aos riscos – e as mitigações deles – na adoção de novas tecnologias. Globo Rural Antes de dedicar parte do orçamento na compra de novas tecnologias ou na melhoria de equipamentos legados, é preciso que a liderança tenha analisado todas as possibilidades e os perigos que essa ação poderá trazer. Se a decisão foi tomada porque "esse é o lançamento tecnológico mais aguardado” ou porque “os concorrentes vão adotar”, ela pode embutir altos riscos em curto prazo. Daí ser fundamental entender o porquê dos investimentos, de forma que seja possível, depois, extrair cada vez mais valor das soluções digitais. Antes de investir em tecnologia, é preciso entender seu potencial e mapear quais serviços e tarefas poderão ser otimizados ou até substituídos. Também é fundamental saber quais dados serão obtidos com as soluções de inovação e como os gestores deverão agir diante dos insights coletados. E, sobretudo, é preciso ter clareza quanto às metas a serem alcançadas. E tudo isso, claro, sem deixar de lado o impacto que poderá ser causado na cultura organizacional. Segundo a pesquisa “Termômetro do Setor - Agronegócio”, feita recentemente pela Falconi, apenas 12% das lideranças do setor terão a tecnologia avançada como uma das duas maiores prioridades de investimentos para os próximos meses. Por outro lado, convém lembrar que a conexão entre o planejamento estratégico e a operação/execução segue como grande desafio na gestão agrícola. A pesquisa deixou clara a preocupação do setor em conectar os pontos para conseguir extrair os resultados desejados. Leia mais opiniões de especialistas e lideranças do agro Mais do que nunca, é preciso enraizar esse pensamento de gestão - e o questionamento sobre o ROI e riscos de novas tecnologias - não somente entre os líderes, mas em todas as esferas da empresa. Só assim ele se perpetuará em toda a organização. O fato inquestionável é que, se bem utilizada, a tecnologia é uma forte aliada para os negócios. Pode gerar impactos muito positivos no aumento da produtividade, trazer eficiência, reduzir custos de produção, dar mais segurança às tomadas de decisão, além de suprir a falta de mão de obra especializada em alguns casos. Na era dos dados e do conhecimento no campo, as empresas que entenderem as possibilidades e as oportunidades que essas tecnologias trazem sairão na frente. Mas isso só será possível com escolhas tecnológicas acertadas. Como? Garantindo que os investimentos selecionados gerem o retorno esperado, sem causar riscos ao negócio. *André Paranhos é vice-presidente responsável pela unidade de negócios da Falconi focada em Agronegócio. OBS: As ideias e opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva de seu autor e não representam, necessariamente, o posicionamento editorial da Globo Rural.
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