Estudo pioneiro identifica as principais doenças da macadâmia no Brasil
Fruticultura e Horticultura Estudo pioneiro identifica as principais doenças da macadâmia no Brasil Pesquisadores apontam as ameaças à cultura e sugerem práticas de manejo para aumentar a produtividade e a sustentabilidade Publicado em: 16/12/2024 às 15:00hs Foto: Pela primeira vez, identificadas as principais doenças que atingem a noz macadâmia no Brasil. Foto: Jeanne Prado Pesquisadores brasileiros realizaram o primeiro estudo abrangente sobre as doenças da macadâmia no Brasil, identificando as principais ameaças à cultura e propondo soluções para o manejo dessas enfermidades. A pesquisa, desenvolvida pela Embrapa Meio Ambiente (SP), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) e a empresa QueenNut Macadâmia, analisou amostras coletadas no município de Dois Córregos (SP) ao longo de dois anos. O estudo revelou dados inéditos sobre a incidência das doenças e seus respectivos agentes causais. Principais doenças identificadas e seus impactos A pesquisa apontou como as mais prejudiciais à macadâmia as doenças: queima dos racemos, podridão do tronco, antracnose nos frutos e mancha foliar. Segundo Bernardo Halfeld, pesquisador da Embrapa, o estudo teve início em agosto de 2018, com o objetivo de conhecer as doenças que estavam afetando a cultura e adotar as melhores práticas de controle e prevenção. Até então, as referências sobre essas doenças eram baseadas em relatos de outros países produtores de macadâmia, o que frequentemente levava à aplicação de medidas de controle ineficazes. Queima dos racemos Causada pelo fungo Cladosporium xanthochromaticum, essa doença afeta a planta durante o período de floração, podendo reduzir drasticamente a produtividade. Reconhecida no campo pelo crescimento fúngico aveludado de cor verde-olivácea nas estruturas florais, a queima dos racemos exige práticas como a eliminação de restos de flores de safras anteriores e a poda para melhorar a ventilação da copa, reduzindo a umidade favorável ao progresso da doença. Podridão do tronco Provocada pelo fungo Lasiodiplodia pseudotheobromae, essa doença forma cancros no tronco e pode levar à morte de plantas jovens em casos mais graves. O manejo recomendado inclui a remoção de galhos afetados, proteção de ferimentos com produtos à base de cobre e poda em estações mais secas, como outono e inverno. Antracnose nos frutos A antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum siamense, provoca manchas necróticas nos frutos, comprometendo a qualidade e a produtividade. Para o controle da doença, é importante remover frutos infectados, controlar insetos que possam causar lesões na planta e garantir uma boa ventilação do dossel. Mancha foliar Embora de menor severidade, a mancha foliar, causada pelo fungo Neopestalotiopsis clavispora, provoca manchas nas folhas, sem causar grandes danos à planta. O manejo envolve melhorias nas condições de ventilação da copa, com vistas a reduzir a umidade e o impacto da doença. Estratégias de manejo e prevenção O estudo não só identificou as principais doenças da macadâmia no Brasil, mas também sugeriu práticas essenciais para prevenir e controlar essas enfermidades. A correta identificação das doenças e a adoção de medidas adequadas de manejo são fundamentais para mitigar seus efeitos e fortalecer a produção nacional. Além disso, a pesquisa revela a importância do conhecimento da biologia dos fungos causadores das doenças, permitindo o uso de práticas culturais que contribuam para o controle de cada patógeno. Ensaios de laboratório também identificaram grupos químicos aos quais os fungos são sensíveis, abrindo caminho para o uso de defensivos agrícolas permitidos no Brasil. Impacto no mercado e potencial de crescimento A produção de macadâmia no Brasil, embora represente apenas 2% da produção global, está em expansão. Concentrada principalmente nos estados de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, a cultura ocupa cerca de 6 mil hectares e tem grande potencial de crescimento com o manejo adequado das doenças. A produção mundial de macadâmia atingiu 78.415 toneladas em 2022, com países como África do Sul, Austrália e China liderando o mercado. Embora o Brasil ocupe a oitava posição no ranking global, a maior parte de sua produção é consumida internamente, especialmente na indústria de panificação, chocolates, sorvetes e drageados, evidenciando o mercado promissor. O avanço nas pesquisas e a adoção de práticas de manejo mais eficientes podem consolidar a posição do Brasil no mercado global de macadâmia, tornando a cultura mais competitiva e sustentável. A implementação de medidas fitossanitárias, além de prevenir doenças e fortalecer a produção, pode garantir um futuro mais sólido para a cadeia produtiva de macadâmia no país. Fonte: Portal do Agronegócio
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