Problema no Brasil é político, e grupo de Gleisi dificulta, diz Ometto
19/12/2024 Problema no Brasil é político, e grupo de Gleisi dificulta, diz Ometto A presidente nacional do PT deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) e o ministro da Fazenda Fernando Haddad. Foto Reprodução – Aguiar - Futura Press Para dono da Cosan, alta dos juros em razão da situação fiscal já trava investimentos das empresas e atividade será afetada até 2026. A turbulência que o Brasil atravessa na economia poderia ser contida com facilidade, na avaliação de Rubens Ometto, um dos maiores empresários do país. Presidente do conselho de administração da Cosan, ele defende que há um problema político, e atribui ao grupo de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, os gargalos que impedem o país de cortar despesas e deslanchar. Rubens Ometto -Foto Reprodução – Blog Poder360 "Eu acho que Haddad e o pessoal dele pensam direito. O problema é político, com o time da Gleisi. Fica ali pressionando o presidente e dificulta a tomada das medidas que, tecnicamente, têm que ser tomadas. Mas se eles tiverem coragem de fazer, esse país decola fácil", disse o empresário ao fim de entrevista por telefone à Folha. Ometto, que tem sido uma das vozes mais críticas do empresariado ao aumento da Selic, calcula que o patamar atual dos juros vai comprometer o crescimento do país no ano que vem ou no próximo. Há pouco mais de um mês, o empresário cobrou pessoalmente o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, por um freio na escalada dos juros. Agora, ele espera que o sucessor, Gabriel Galípolo, seja diferente. "Eu acho que o Galípolo tenta entender mais o que se passa. O Roberto Campos só sabe acelerar e brecar. O Galípolo vai tentar entender melhor o empresariado", diz. Depois que o sr. cobrou Campos Neto sobre a alta dos juros, subiu mais. O que o sr. está achando da situação? Está tão fácil resolver esse problema. O [ministro da Fazenda Fernando] Haddad tenta fazer. O que precisa é de um acordo político. E como sai esse acordo? É difícil falar. Eu não sou político. Você precisa estar lá dentro para saber exatamente quem é a favor e quem é contra. Você vê claramente que a turma da Gleisi é contra. O sr. já chegou a falar com o presidente Lula sobre isso? Não, com ele, não. Eu falo com ministros. É uma pena, porque é tão fácil resolver. E o Banco Central, como eu já falei, ele só breca e acelera, ele não pode dirigir. Mas é uma pena, porque o país pode explodir, tem tudo para dar certo. Tem reserva, tem inflação sob controle, vai desenvolvendo emprego, tudo. Mas tem esse negócio do déficit fiscal, que sobe os juros e vai inviabilizar tudo. E se a Selic bater na casa dos 14%, como aconteceu na gestão Dilma? Não sei. Eu não sou banqueiro nem economista, mas eu acho que não precisa nem chegar a 14%. No nível que já está já é um horror. Com essa situação atual, dá para imaginar que o crescimento de 2025 já está condenado? Sim ou não? Você está falando como um juiz, que fala sim ou não. O que eu quero dizer é que vai comprometer sim. Claro que vai. Não sei se em 2025 ou 2026 vem, porque as empresas estão parando de investir. Com esse nível de juro, nada viabiliza. Aquele anúncio do corte de gastos, do jeito que foi feito, empacotado com a questão da isenção do IR para a faixa de R$ 5.000, atrapalhou a situação? Pensando socialmente, eu acho que tem uma justiça naquilo. É justo que as pessoas que ganham mais paguem imposto e reduzam o imposto das pessoas menos favorecidas. Agora, o que precisa é de um pacote completo. Não é só isso. Você precisa fazer as contas, ver como é que uma compensa a outra, mas precisa ter um jogo forte de redução de despesa. Precisa ter um superávit fiscal muito grande. E é aquela história: para você pular, você precisa se abaixar, ganhar impulso e pular. Se ficar com a perna esticada, você não ganha impulso. Então você precisa se sacrificar um pouco num período curto para depois vir uma coisa boa. Eu acho que tem que haver uma sinalização mesmo e fazer um corte de despesas. É uma pena, eu fico triste porque eu vejo um negócio tão fácil. E com o Galípolo? O sr. já falou? Já falei. O Galípolo é muito bom, ele pensa bem. Agora, ele tem dois problemas: eu acho que ele, antes de assumir, não deve se envolver nisso. E tem outra coisa: eu não sei até que ponto vai o poder do Banco Central. Parece que a única coisa que o Banco Central tem para fazer é subir e descer juros. Então, ele precisa também fazer um trabalho político grande para convencer. O Galípolo é um cara bom. Qual é a diferença entre o Roberto Campos e o Galípolo? Eu acho que o Galípolo tenta entender mais o que se passa. O Roberto Campos só sabe acelerar e brecar. O Galípolo vai tentar entender melhor o empresariado. E essa intervenção no câmbio? O que achou? É muito difícil falar. Eu acho que o mercado é muito esperto. O mercado pensa em curto prazo. Eles querem ganhar. O Banco Central tem muitas reservas, não sei até que ponto ele quer ir. Então, tem um jogo de braço aí. Mas eu acho que se você resolve o problema do déficit fiscal, tudo se
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