Produção da agroindústria registra até outubro o melhor resultado em 14 anos

Demanda forte nos mercados interno e externo fizeram PIMAgro subir 4,2% em outubro A produção da agroindústria disparou em outubro, amparada no forte aquecimento do mercado interno e do ritmo de exportações. O Índice de Produção Agroindustrial PIMAgro, elaborado pelo Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro), subiu 4,2% em relação a outubro de 2023, com expansão em quase todos os segmentos. Agroindústria de TO investe R$ 500 milhões em nova planta de processamento de grãos Biocombustíveis e fumo dão impulso à agroindústria Com o resultado, as agroindústrias cresceram 2,7% nos dez primeiros meses de 2024, o melhor desempenho nesse intervalo desde 2010. Mesmo que a produção agroindustrial de novembro e dezembro fique nos mesmos patamares do ano passado, o setor ainda deve fechar 2024 com o melhor resultado em 14 anos. Na avaliação do FGV Agro, cresceram as possibilidades de o crescimento da produção agroindustrial brasileira ser de pelo menos 2,7% neste ano. Para isso, basta que o setor cresça 2,5% em novembro e dezembro. A atividade dos segmentos de produtos não alimentícios cresceu 7,4% em outubro, o segundo melhor desempenho mensal desde o início da série histórica, que começa em janeiro de 2002. O principal destaque foi a indústria de fumo, cuja produção cresceu 23,1%, zerando as perdas que havia acumulado até agosto. O segmento teve severas perdas com as enchentes que ocorreram entre abril e maio no Rio Grande do Sul — o Estado concentra a produção de tabaco e fumo no país. Também tiveram forte avanço as indústrias de produtos têxteis e de insumos agropecuários, que cresceram 10,7% e 8,3%, respectivamente. No ramo de insumos, a produção de defensivos agrícolas e desinfestantes domissanitários expandiu-se 29,7% no mês. O negócio de insumos começou a se beneficiar das perspectivas mais positivas para a nova safra de grãos e da melhoria da relação de troca do milho. Apesar disso, a produção de insumos acumula queda de 3,9% em 2024, ainda como reflexo das margens apertadas dos produtores ao longo do ano, que criou um ambiente de cautela no campo, e dos efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul. E, ainda entre as agroindústrias não alimentícias, o segmento de biocombustíveis cresceu 3,4% em outubro. Saiba-mais taboola O segmento de produtos alimentícios e bebidas interrompeu dois meses de retração e registrou em outubro um aumento de produção de 1,4%. As agroindústrias de alimentos cresceram 2,4% em outubro, puxadas mais uma vez pela indústria de carnes e também pelo início da recuperação do segmento de óleos e gorduras. A produção da indústria de alimentos de origem animal expandiu-se 3,8% no mês, enquanto a de alimentos de origem vegetal subiu 0,4%, interrompendo uma sequência de três meses consecutivos de retração. De acordo com o FGV Agro, a queda da produção de arroz, conservas, sucos, açúcar e café impediu que a indústria de alimentos de origem vegetal tivesse uma alta mais vigorosa em outubro. No acumulado do ano, o segmento é a único entre todos que acumula queda em relação ao mesmo período de 2023. Por fim, a atividade do segmento de bebidas teve queda de 4% no mês de outubro, com uma retração mais forte na produção de bebidas alcoólicas (-5%) e menor na indústria de bebidas não alcoólicas (-2,9%). Ainda assim, a indústria de bebidas acumula expansão de 2,8% no ano.

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