Governo quer que programa de conversão de pastagens estimule fruticultura e reflorestamento
Cultivo de arroz, hortaliças, frutas e reflorestamento são algumas das atividades que poderão ajudar a converter pastos no Brasil O governo federal quer que o programa de conversão de pastagens degradadas — que deve captar seus primeiros recursos pelo programa EcoInvest apenas em 2025 — vá além da substituição de pastos por grãos e estimule outras atividades agropecuárias, desde o cultivo de arroz e hortaliças até reflorestamento. Initial plugin text O comitê gestor interministerial do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD) já definiu uma cesta de produtos e indicou a aptidão de cada região do país a essas culturas como alternativa ao cultivo de commodities para a transformação das áreas degradadas. “A agricultura brasileira não é só grão. Estamos mais preocupados com segurança alimentar. O propósito do programa é a recuperação de recursos naturais. O programa não foi criado para aumentar a produção de soja, mas tem que ter consequências, como o aumento de produtividade, mas não só de grãos. Quem precisa disso são pequenos e médios produtores de arroz, feijão, leite, hortaliças, frutas”, disse José Carlos Polidoro, secretário-executivo do Comitê Gestor Interministerial do programa. José Carlos Polidoro, secretário-executivo do Comitê Gestor Interministerial do Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas Divulgação Alguns exemplos citados por ele são a região serrana que engloba Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Segundo ele, há milhões de hectares nessas áreas que, devido ao relevo, não são adequados para o cultivo de grãos, mas têm alto potencial para fruticultura e reflorestamento, especialmente em sistemas agroflorestais. Na Zona da Mata de Minas Gerais, no Vale do Paraíba e no Vale do Rio Doce, disse ele, há potencial para a implementação de polos agroindustriais focados na produção e industrialização de cacau e de distritos florestais para a produção de energia e celulose. A indicação é para o cultivo de espécies energéticas, como macaúba, cana-de-açúcar e até capim-elefante, viáveis como matéria-prima para geração de biodiesel e etanol. “Nessas regiões predominam pequenas e médias propriedades rurais, cuja agropecuária, há séculos, é pouco mais que de subsistência, contribuindo para o êxodo rural. Com o aumento da renda per capita, espera-se que os jovens retornem ao campo e formem uma nova classe média rural”, disse. O acompanhamento técnico do programa será feito pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Existe uma cesta de opções para recuperar pastagem, não se pode pensar só em grãos”, completou. No Espírito Santo, culturas como a pimenta-do-reino, reflorestamento, fruticultura empresarial e o café têm sido ampliadas para áreas antes consideradas de baixa produtividade ou improdutivas. Polidoro destacou ainda a possibilidade de impulsionar o reflorestamento com o programa de conversão de pastagens por meio de árvores nativas ou sistemas agroflorestais e de integração com lavoura e pecuária. Segundo ele, a sanção do marco legal do mercado de carbono abre oportunidade de atrair investimentos para esse tipo de atividade. Um dos compromissos do programa, inclusive, é ajudar a recuperar 12 milhões de hectares com reflorestamento entre os 40 milhões de hectares degradados previstos para conversão ou recuperação. “O mercado de carbono vai impulsionar muito investimento de fora, vai ter atratividade para esses 12 milhões de hectares e acho que será muito mais. Vai virar um bom negócio, uma área de investimento”, disse. “Você recupera uma área que está emitindo muito carbono e que vai começar a sequestrar no longo prazo, é um investimento”, concluiu.
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