Preço da soja pode subir em 2025? Para o Sim Consult, sim

Aumento da demanda deve ser um dos fatores que vão puxar as cotações para cima na bolsa de Chicago nos próximos meses O preço da soja pode se recuperar dos patamares atuais e subir em 2025. A avaliação é do Sim Consult. Entre os fatores de alta, os consultores dizem acreditar que a demanda pelo grão deve manter a tendência de elevação, com uma pequena probabilidade de elevação dos estoques globais do produto. Acompanhe as cotações da soja. Acesse aqui No período de um ano, os contratos de prazo mais curto na bolsa de Chicago (janeiro e março de 2025) acumulam quedas de mais de 22%, conforme o Valor Data. Na sexta-feira (27/12), as cotações voltaram a cair, com os primeiros vencimentos se mantendo abaixo dos US$ 10 o bushel. Na última sessão da semana, os lotes para janeiro de 2025 fecharam a US$ 9,80 o bushel, baixa de 0,81% (ou US$ 0,08). O contrato pata entrega em março caiu 0,75% (ou US$ 0,075) e ajustou para US$ 9,89 o bushel. Para maio, a soja em Chicago encerrou a sexta-feira valendo US$ 10 o bushel, retração de 0,69% (ou US$ 0,07). Para o CEO do Sim Consult, João Birkhan, no entanto, há uma série de fatores que indicam a possibilidade de o preço da soja tender dos patamares atuais para cima. Em vídeo divulgado pela internet, ele afirma que o quadro de oferta e demanda para 2025 deve ser apertado, em função, principalmente, do aumento do consumo. “O aumento do consumo é uma realidade. Tem que levar isso em consideração. E com os atuais preços, será difícil conter o consumo de derivados, principalmente, do farelo de soja”, explica o consultor. “Tudo o que o mundo irá consumir poderá ser produzido. E não devemos ter aumento de estoques”, acrescenta. Na sessão de sexta-feira, os contratos dos derivados de soja fecharam em direções opostas na bolsa de Chicago. Enquanto o farelo caiu, acompanhando o grão, o óleo encerrou o dia em alta nos principais contratos negociados no mercado internacional. Initial plugin text Na visão do Sim Consult, os produtores dos Estados Unidos devem optar pelo milho em vez da soja no próximo ciclo agrícola, o que pode apertar ainda mais o quadro de oferta e demanda. Birkhan ressalta que a relação de troca se mostra mais favorável ao cereal neste momento. E as exportações da oleaginosa americana são mais dependentes da China, vista como inimiga pelo presidente eleito Donald Trump. “O produtor americano faz a conta para o que rende mais. E os Estados Unidos, para o milho, não precisa dos chineses. Para a soja, sim. E há o temor de que tenha algum tipo de embargo em função de medidas que o Trump queira tomar contra produtos chineses”, resume o CEO do Sim Consult. Birkhan soma a este cenário o efeito dos preços do trigo, ressaltando que os mercados internacionais de grãos têm uma correlação e as cotações de uma commodity tem efeito sobre as de outra. O consultor ressalta que a guerra com a Ucrânia derrubou a safra de trigo da Rússia, maior exportador mundial. Os preços locais estão cerca de US$ 45 acima dos vistos em Chicago, o que vai demandar uma correção dos contratos, ajudando a impulsionar também os outros grãos. “São fatores mais do que suficientes para a gente defender a ideia de que há uma situação bastante sólida de alta dos preços na bolsa”, diz Birkhan. Dólar requer atenção O ponto de atenção, afirma o consultor, é com a cotação do dólar, em forte movimento de alta. Na sexta-feira (27/12), a moeda americana fechou a US$ 6,19, alta de 0,26%. O Valor Data mostra uma valorização de 2% em uma semana; de 3,41% no período de um mês; e de 27,63% no acumulado de um ano. A alta deu algum suporte às cotações internas, amenizando um pouco a baixa acumulada no mês. O indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) ficou em R$ 139,06 a saca de 60 quilos, com base no Porto de Paranaguá. Em relação ao dia anterior, alta de 0,4%. Na parcial mensal, baixa de 4,2%. Saiba-mais taboola Ainda assim, Birkhan alerta que o produtor deve “conter o entusiasmo” e controlar as vendas do grão. Com o dólar valorizado, o mercado ficou mais ofertado e os prêmios de exportação cederam. Levantamento do Sim Consult, com base em Paranaguá, aponta diferencial negativo de US$ 0,07 por bushel para a entrega em março. Para maio, o ágio caiu de US$ 0,15 para US$ 0,10; e, para junho, de US$ 0,25 para US$ 0,15. “Cada vez que o dólar sobe no Brasil, o mercado especulativo sai vendendo soja na bolsa de Chicago, porque sabe que o produtor americano vai ver o preço mais alto (do que no Brasil). E essa relação de aumento da moeda prejudica no aumento das despesas”, pontua o CEO do Sim Consult, em referência aos efeitos da valorização da moeda americana sobre os custos de produção.

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