Exportações: Ponto-chave para o Mercado de Feijão em 2025
Feijão e Pulses Exportações: Ponto-chave para o Mercado de Feijão em 2025 Setor enfrenta desafios climáticos, aumento da oferta e demanda ainda em recuperação Publicado em: 06/01/2025 às 11:30hs O mercado brasileiro de feijão em 2025 deverá atravessar um cenário marcado por desafios climáticos, crescimento da oferta e uma demanda em processo de recuperação. Segundo Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, a dinâmica do setor dependerá de fatores como exportações e manejo climático, especialmente nas regiões produtoras do Sul do país. No início do ano, o mercado é dominado por feijões recém-colhidos em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Embora os preços permaneçam estáveis, as negociações seguem lentas. No entanto, os efeitos de chuvas excessivas e estiagens, comuns durante os períodos de La Niña, ainda são incertos, especialmente no Sul, região estratégica pela sua relevância na produção nacional. Safra do feijão preto em destaque A safra de feijão preto no Sul, particularmente no Rio Grande do Sul, apresenta boa produtividade, mas o aumento da oferta já começa a pressionar os preços. Em Castro (PR), as cotações variam entre R$ 200 e R$ 210 por saca, dependendo da qualidade do produto. Segundo Oliveira, a baixa dos estoques em 2025 pode estimular reposições no curto prazo, enquanto as exportações são vistas como uma alternativa viável para escoar a produção, com rumores de novos contratos em negociação. Já o feijão carioca enfrenta um consumo retraído devido à desaceleração econômica e à inflação, que direcionam o consumidor para opções mais baratas. Por outro lado, os produtos voltados para cestas básicas e programas sociais apresentam estabilidade ou leve alta na demanda. Clima e manejo agrícola como fatores críticos A influência climática será decisiva para o desempenho do mercado de feijão em 2025. Os efeitos de chuvas excessivas e estiagens podem impactar diretamente a produção e a qualidade das safras. Segundo Oliveira, o manejo adequado das lavouras, especialmente no Sul, será essencial para minimizar perdas e garantir maior competitividade. A curto prazo, o mercado deve ganhar impulso com a entrada de novos lotes a partir da segunda quinzena de janeiro. No entanto, os preços continuarão pressionados pela oferta crescente, em especial do feijão preto, cuja área plantada foi ampliada. Perspectivas de preços ao longo do ano Conforme as estimativas de Oliveira, entre janeiro e maio, os preços do feijão devem apresentar uma alta gradual, atingindo o pico em abril ou maio. Esse movimento será impulsionado pela menor oferta no período de entressafra, pelos estoques reduzidos e pela demanda aquecida no início do ano. A partir de junho, a entrada da segunda safra 2024/25 — a maior do ano, com quase 1,5 milhão de toneladas — deverá ampliar a oferta e provocar uma queda nos preços, especialmente em julho e agosto. O Paraná, responsável por quase metade da produção nacional, será a principal fonte desse aumento de oferta. No último trimestre, a partir de setembro, os preços tendem a subir lentamente, com uma recuperação mais expressiva entre novembro e dezembro, devido à redução da oferta e à proximidade da nova entressafra. No entanto, a retração sazonal do consumo durante as festas de fim de ano deve limitar altas significativas na virada para 2026. Estratégias para o setor Para enfrentar as oscilações previstas, Oliveira recomenda monitorar as condições climáticas nas principais regiões produtoras, ajustar estratégias comerciais com base no comportamento do consumidor, priorizar exportações para reduzir a dependência do mercado interno e formar estoques estratégicos em momentos de baixa. “A compreensão das sazonalidades e a identificação de períodos de maior demanda serão cruciais para aproveitar as oportunidades de mercado”, concluiu o analista. Fonte: Portal do Agronegócio ◄ Leia outras notícias
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