Soja: Nova fase de guerra comercial com Trump II pode tirar de US$ 1,50 a US$ 2/bushel no preço em Chicago e reduzir área nos EUA
Soja: Nova fase de guerra comercial com Trump II pode tirar de US$ 1,50 a US$ 2/bushel no preço em Chicago e reduzir área nos EUA Publicado em 08/01/2025 06:00 e atualizado em 08/01/2025 06:33 "Mercado da soja já está vivendo uma guerra comercial", afirma Eduardo Vanin, analista da Agrinvest Fotos: Reuters/Montagem: NikkeiAsia O governo Trump II vai trazer a Trade War II? Essa é a pergunta que todos os agentes do mercado se fazem agora, sobre a qual especulam desde que Donald Trump venceu as eleições presidenciais norte-americanas em novembro passado, mas que só trará respostas efetivas e claras a partir do dia 20 de janeiro, que é quando Donald Trump retoma seu posto na Casa Branca como o chefe de estado da maior economia do mundo. Até lá, em mais duas semanas, o que mais o mercado tem é espaço para continuar se perguntando. E no cenário das commodities agrícolas, em especial no complexo soja, os questionamentos são ainda mais frequentes e já geram impactos aos preços há meses. A imprevisibilidade deverá marcar de forma bastante evidente - e porque não dizer agressiva - o caminhar dos mercados até que as políticas de Trump, em seu novo governo, sejam conhecidas. E não só suas políticas, mas, principalmente, suas relações diplomáticas, geopolíticas, além de todas as questões ligadas à tecnologia - um dos pontos mais sensíveis entre os dois países. "O mercado da soja já vive uma guerra comercial desde o dia 5 de novembro. Somente a Sinograin tem comprado soja nos EUA e não é muito, porque o programa deles deste ano, de soja, de rodízio de estoques não está com a bola cheia, isso porque no ano passado o programa foi grande. O restante, as crushers privadas, só compram no Brasil, e isso não vai mudar, a não ser que a China já se acerte com os EUA no começo e a chance disso acontecer é quase nula", afirma Eduardo Vanin, analista do complexo soja da Agrinvest Commodities, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio, no Notícias Agrícolas. A principal diferença entre o cenário atual e o vivido na temporada 2018/19 é que o mercado, desta vez, já conhece Donald Trump enquanto presidente dos Estados Unidos e também por isso, entre outros fatores, o impacto de novas tarifas pode ser menos severo, segundo especialistas. Ainda assim, eles acreditam que a retaliação por parte da nação asiática deverá ser imediata ao passo em que novas tarifas americanas sejam impostas sobre seus produtos e que sua mira central deverá estar sobre as commodities, e mais certeira ainda sobre a soja. Um estudo realizado pelo RaboResearch - um instituto de pesquisa do banco internacional Rabobank - aponta que a chance de que o cenário se desenvolva desta manheira é bastante elevada e que uma nova fase da guerra comercial entre os dois gigantes poderia promover uma baixa de US$ 1,50 a US$ 2,00 por bushel nos preços da soja na Bolsa de Chicago, além de ocasionar ainda uma diminuição de área cultivada com a oleaginosa nos EUA na ordem de pouco mais de 2 milhões de hectares (ou 5 milhões de acres). Os dados levantados estimam ainda que caso o governo americano traga uma nova rodada de tarifa aos produtos da China, o país de Xi Jinping poderá trazer taxas de até 25% para grãos e oleaginosas dos EUA. Os movimentos de ambos os países podem provocar uma corrida expressiva dos demandadores chineses para o mercado da América do Sul, em especial para a soja do Brasil, que este ano deve contar com a maior safra da história da sojicultura global: algo perto de 170 milhões de toneladas. "Quando as tarifas chegaram em 2018, elas foram reduzidas por dois anos, já que o comércio agrícola quase parou. O RaboResearch observou que os produtores norte-americanos reduziram a produção de soja em 20% na temporada 2019. Em meados de maio do mesmo ano, os preços da oleaginosa caíram para quase US$ 8,00 por bushel, o menor desde 2008. As exportações para a China não se recuperaram até o ano de comercialização de 2020/21. O governo Trump respondeu pagando aos agricultores US$ 23 bilhões pelas exportações perdidas em 2018 e 2019", mostra o levantamento da instituição. Em 3 de janeiro deste ano, Trump escreveu em seu perfil na rede social X: "As Tarifas, e somente as Tarifas, criaram essa vasta riqueza para o nosso País. Então mudamos para o Imposto de Renda. Nunca fomos tão ricos quanto durante esse período. As tarifas pagarão nossa dívida e, FAZER A AMÉRICA RICA NOVAMENTE!". Ainda olhando para as estimativas do RaboResearch, o percentual do comércio global de soja que hoje é dominado pelo Brasil de 74% poderia, com uma nova guerra comercial, chegar aos 80%, ou até mesmo superar esta cifra. Paralelamente, estudos feitos pela ASA (American Soybean Association) e pela NCGA (National Corn Growers Association) apontam que um novo momento como este, de disrupção entre as duas maiores economias do mundo, poderia gerar uma perda de valor de US$ 5 bilhões a US$ 8 bilhões para os produtores norte-americanos de soja e milho, com, pelo menos, U
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