IPCA: por que o óleo de soja foi um dos 'campeões' da inflação em 2024
Categoria de óleos e gorduras acumulou alta de 18,72% no ano passado, segundo o IBGE Os preços de óleos e gorduras ficaram entre os que mais subiram no grupo alimentação e bebidas do do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2024, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (10/1). O aumento da categoria foi de 18,72% no ano passado. Somente em dezembro, o preço do óleo de soja, o principal item da categoria, subiu 5,12%. Leia também: Café 40% mais caro: o que explica essa alta em 2024? Carne foi uma das vilãs da inflação no ano passado O Brasil teve uma quebra na safra de soja 2023/24, o que reduziu o volume disponível para o mercado - e, com a diminuição da oferta do grão, os preços subiram. Em seu último levantamento sobre a safra passada, de setembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que a colheita brasileira de soja terminou como a segunda maior da história, somando 147,4 milhões de toneladas. O volume foi grande, mas ficou 4,7% abaixo do recorde de 2022/23. Ao mesmo tempo, a demanda por óleo de soja no mercado interno manteve-se aquecida. Ela foi particularmente alta entre as indústrias de biodiesel, que usam o produto como matéria-prima. “O aumento do interesse dos compradores tende a absorver parcela da produção nacional de óleo de soja, reduzindo o excedente exportável”, disseram pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em nota. Segundo o Ministério da Agricultura, as exportações de óleo de soja caíram 41,1% no ano passado. A combinação entre diminuição da oferta de matéria-prima e demanda alta pelo óleo teve como resultado o aumento de preços, que, por sua vez, teve impacto sobre a inflação dos alimentos. Os preços de alimentos e bebidas subiram 7,69% em 2024, liderando a alta do IPCA, que foi de 4,83%. IPCA O segmento de alimentos e bebidas é o que tem o maior peso no cálculo do IPCA, o índice oficial de inflação do Brasil. Em 2024, carnes, café, leite, óleos e frutas foram os itens da categoria que mais encareceram, de acordo com o IBGE. Com a alta de 4,83%, o resultado geral do índice ficou acima do teto da meta da inflação para o ano. A meta era de 3%, com tolerância de chegar a até 4,5%. A elevação dos preços de alimentos e bebidas ocorreu com a alta especialmente do custo da alimentação no domicílio, que subiu 8,23%. A inflação da alimentação fora do domicílio foi de 6,29%. Entre os 16 subgrupos de alimentos e bebidas que compõem a alimentação nos lares brasileiros, somente um, o de tubérculos, raízes e legumes, caiu: a queda foi de 21,17%. Farinhas, féculas e massas ficaram estáveis, e os preços de todos os demais itens subiram.
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