Soja sobe 3% na bolsa de Chicago com chance de acordo entre EUA e China

Milho e trigo também avançaram na sessão desta terça-feira Mesmo sem um grande anúncio de impacto direto ao segmento agro, a postura de Donald Trump durante a cerimônia de posse da presidência dos Estados Unidos fez o preço da soja subir acentuadamente na bolsa de Chicago. Os contratos para março fecharam em alta de 3,22%, para US$ 10,6725 o bushel. +Veja mais cotações na ferramenta da Globo Rural De acordo com Ronaldo Fernandes, analista da Royal Rural, o receio de uma nova rodada de tensões comerciais entre americanos e chineses pode estar mais longe de acontecer. Saiba-mais taboola “Como a China não foi diretamente citada no discurso de Trump, temos um recado importante, de que provavelmente não teremos uma guerra comercial entre os dois países. E isso se concretizando é péssimo para a soja brasileira, já que a China deve comprar mais soja americana”, avalia Fernandes. Ainda para ele, existem outras “pistas” da postura diferente de Trump em relação à China neste ano. “O Trump convidou o Xi [Jinping, presidente da China] para a posse. Ele não compareceu, mas enviou o vice, sendo que nas outras vezes a China mandou embaixadores. Ele [Trump] também prometeu uma visita à China nos 100 primeiros dias de governo. O mercado enxerga esses sinais como um fator de aproximação e começa a entender que não haverá nenhuma guerra comercial”, destaca. Por fim, o atraso na colheita da safra de soja do Brasil é outro fator positivo para as cotações em Chicago. Até o último domingo, o país colheu 1,2% da área esperada para 2024/25. Nessa mesma época do ano passado, o percentual era de 4,7%, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Trigo e milho O destaque pelo lado da alta dos grãos negociados na bolsa de Chicago ficou com o trigo. Os lotes para março fecharam em forte alta, de 3,71%, a US$ 5,5875 o bushel. A consultoria Granar aponta que a elevação do trigo foi pautada pela desaceleração das exportações russas, e ainda por um cenário pessimista para o desenvolvimento das lavouras de inverno no país. Nos negócios do milho, os lotes para dezembro fecharam em alta de 1,19%, negociados a US$ 4,90 o bushel.