Agro está de olho na COP30, mas será que entende a complexidade envolvida?
Diante da importância da agropecuária no país e da ânsia de posicioná-la como sustentável perante o mundo, representantes de diferentes segmentos vêm defendendo, desde 2023, o nome de Marcello Brito para ser o Campeão Climático de Alto Nível do Brasil. Atual secretário-executivo do Consórcio Amazônia Legal, coordenador do Centro Global Agroambiental da Fundação Dom Cabral e ex-presidente da ABAG (Associação Brasileira de Agronegócio), Brito tem apoios que vão desde Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente, até Judiney Carvalho de Souza, presidente da Amaggi."Essa função de Champion ou 'paladino do Clima' foi criada na COP-21, em Paris, com o objetivo de melhor conectar as múltiplas ações de empresários e investidores, de entes subnacionais e iniciativas regionais, acadêmicas ou sociais, assim fortalecendo a ação político-diplomática que se desenvolve na dimensão oficial das fases preparatórias e das negociações em si."O trecho acima está em documento entregue, em novembro de 2024, ao vice-presidente e ministro da Industria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Nele, quase 80 pessoas, entre representantes de entidades públicas e privadas, academia e ex-governantes, indicam Brito para ocupar essa posição. Procurado, ele somente confirmou que seu nome está na mesa para avaliação de Alckmin.Rodrigo Lima, sócio da Agroicone, acompanha as COPs desde os anos 2000 e está entre os signatários da carta. Ele lembra que, em novembro, serão revisadas as ambições do Acordo de Paris, prestes a completar 10 anos. Com isso, serão discutidas as NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada, em português) para 2031-2035, e a pessoa no cargo de Champion do Brasil talvez precise encarar diálogos sobre desmatamento zero e a reconsideração da Lei do Código Florestal — a qual permite porcentagens de desmate a depender do bioma.Se os sistemas alimentares forem elencados pela presidência da COP30 como tema prioritário na agenda climática, colocar alguém do agro na posição de Campeão Climático de Alto Nível poderá trazer forças para discutir a produção agropecuária em âmbito global.Na avaliação de Lima, é preciso uma organização oficial do governo — liderada pelo Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária), pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar e pela Embrapa — para mostrar ao mundo as "várias agriculturas" sustentáveis.
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