Agro vê ideia de cortar imposto de importação como desespero em jogo de cena demagógico
FPA repudia corte de impostos para importação de alimentos cogitada pelo governo Lula. (Foto: Marcelo Andrade/Arquivo/Gazeta do Povo)Ouça este conteúdoA Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) na Câmara dos Deputados, comandada pelo deputado Pedro Lupion (PP-PR), divulgou uma nota em elenca uma série de críticas à proposta do governo Lula (PT) em reduzir os impostos de importação de produtos agrícolas. A ação seria uma forma de conter os preços dos alimentos."A medida é mais um exemplo de decisões apressadas e mal planejadas, enquanto o governo ignora questões fundamentais como problemas macroeconômicos, controle inflacionário, câmbio desajustado e gastos públicos elevados", diz Pedro Lupion na carta em nome da Frente.O deputado descreve ainda que "não há desabastecimento, problemas de safra ou sobrepreço que justifiquem essa decisão" e que a ideia de diminuir tarifas de importação de gêneros alimentícios é mais uma medida desesperada do governo.A declaração da FPA responde a um anúncio feito pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, que revelou que o governo está considerando a redução de impostos de importação sobre alimentos que estejam mais baratos no exterior.Preços seguem padrões globais, diz LupionO pronunciamento de Costa ocorreu após uma reunião ministerial para debater o tema, motivada pela preocupação de Lula com os possíveis impactos da inflação dos alimentos em sua popularidade e nas eleições de 2026.“A desconfiança do mercado e a falta credibilidade agravam a situação. Os preços dos produtos agropecuários brasileiros seguem os padrões mundiais. Anunciar que o país vai abrir importações é simplesmente jogo de cena demagógico para induzir a população a achar que estão fazendo algo prático para baixar preços”, alerta o presidente da FPA.Embora a redução do imposto de importação seja uma prerrogativa do Executivo, o posicionamento da FPA, uma das bancadas mais influentes do Congresso, pode dificultar a tramitação de pautas prioritárias para o governo sobre o tema.Essa não é a primeira controvérsia relacionada à tentativa do governo de conter a alta nos preços dos alimentos. Inicialmente, o ministro Rui Costa mencionou a possibilidade de "intervenções" nos preços, mas precisou esclarecer que não se tratava de controle de preços. Outra ideia ventilada foi a mudança na validade de produtos alimentícios, proposta por representantes de supermercados e aplicada em outros países. Contudo, após críticas da oposição, a ideia foi descartada.A discussão reflete as dificuldades do governo em equilibrar medidas de curto prazo para controle de preços com políticas que não prejudiquem setores estratégicos, como o agronegócio.Para a FPA, o agro brasileiro tem feito sua parte “ao produzir com qualidade e quantidade, apesar dos desafios econômicos que aumentam os custos de produção e diminuem a competitividade, num cenário em que medidas de apoio e estímulo à produção não conseguem fazer frente à alta de juros e câmbio”.O documento da FPA destaca ainda que a inflação geral está descontrolada pela “falta de capacidade e de compromisso do governo em cortar seus próprios gastos e ter o mínimo de responsabilidade com as suas contas”.Lupion encerra o documento, em nome da FPA, avaliando que “o governo segue apenas fazendo discurso político e procurando transferir a culpa da sua incompetência para os outros” e que medidas efetivas de corte de gastos e valorização da economia seriam mais eficientes que a “desastrada tentativa, meramente política, de enganar a população”.VEJA TAMBÉM: Encontrou algo errado na matéria?Comunique errosUse este espaço apenas para a comunicação de erros
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