Mesmo com juros altos, setor de máquinas agrícolas prevê aumento no faturamento
Mesmo com juros altos, setor de máquinas agrícolas prevê aumento no faturamento Publicado em 04/02/2025 09:02 Produtividade da safra deve superar a do ano passado, mas conjuntura econômica pode limitar investimentos A ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) prevê um crescimento de 8% no faturamento do setor de máquinas agrícolas em 2025. A projeção ocorre após dois anos de quedas. Em 2024, o setor movimentou R$60 bilhões, contra R$75 bilhões em 2023 e R$96 bilhões em 2022. “De 2020 a 2023, observamos um crescimento na área plantada, indicando um mercado em expansão. No ano passado, isso não ocorreu, pois enfrentamos uma seca intensa, que reduziu significativamente a produtividade, além da queda expressiva nos preços internacionais dos grãos”, explica Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da ABIMAQ. Segundo Estevão, o atual ciclo tem um clima mais favorável para a produção de grãos, setor que responde por aproximadamente 65% das compras de máquinas agrícolas. O desempenho do mercado de máquinas está diretamente ligado à expansão da área plantada e à valorização das commodities agrícolas. Quando há crescimento na produção e nos preços, a demanda por equipamentos aumenta, enquanto que em períodos de quebra de safra ou desvalorização dos grãos, o mercado desacelera. “O Brasil não tem máquinas sobrando. Então, para expandir a área de cultivo, é preciso investir em novos equipamentos. Neste ano, a área plantada deve se manter estável, mas as condições climáticas mais favoráveis podem impulsionar a produtividade e incentivar novos investimentos”, avalia Estevão. Para o presidente da Câmara Setorial, o maior desafio está na disponibilidade de crédito, já que os juros elevados dificultam o financiamento de novos investimentos. “Não falta dinheiro, mas o custo do crédito está muito alto. Basicamente, os produtores contam com o Plano Safra por um período de seis a oito meses, depois disso, os recursos se esgotam e eles precisam buscar outras formas de financiamento. Ainda devemos ter algum recurso disponível durante a Coopavel, feira realizada em Cascavel, no Paraná, mas depois disso, muitos produtores irão aguardar o próximo Plano Safra, que não deve trazer grandes mudanças”, conclui Estevão. Tecnologias continuam despertando o interesse dos agricultores Apesar de um cenário mais cauteloso por parte dos produtores rurais, os fabricantes de máquinas agrícolas seguem confiantes de que os avanços tecnológicos continuam atraindo a atenção do setor. A busca por maior produtividade e sustentabilidade impulsiona o interesse por inovações que aumentem a eficiência e reduzam custos. “A demanda por tecnologias que otimizem as operações e diminuam gastos será um dos principais motores do setor. Por isso, estamos expandindo nosso portfólio, atendendo diferentes perfis de clientes e tipos de cultivo. Entre os destaques para 2025, estão novidades em tratores, pulverizadores, equipamentos de fenação e tecnologias de agricultura de precisão. Essas inovações oferecem soluções integradas, conectadas a toda a linha de produtos, visando simplificar operações e torná-las mais lucrativas, produtivas e sustentáveis”, afirma Kellen Bormann, diretora de vendas da Massey Ferguson. Para Denny Perez, diretor comercial da Case IH Brasil, a resiliência da agricultura está diretamente ligada ao avanço tecnológico. Ele acredita que, mesmo com um cenário econômico desafiador, o produtor rural continua atento às novas oportunidades para aumentar a produtividade e a eficiência no campo. “Todas as nossas máquinas já saem de fábrica totalmente conectadas, permitindo monitoramento remoto por parte do produtor rural e também pelos nossos centros de controle, localizados tanto nas fábricas quanto nas concessionárias em todo o país. Esse suporte ajuda na redução de custos e no aumento da eficiência e produtividade. Além disso, também trabalhamos para apoiar os produtores que ainda demonstram resistência à adoção de novas tecnologias no campo”, explica Perez. Tanto Kellen quanto Perez avaliam que 2025 será um ano mais equilibrado, com boas oportunidades para investimentos em novos equipamentos. No entanto, reconhecem que o Plano Safra continua sendo fundamental para os financiamentos no agronegócio, especialmente diante do cenário econômico atual. “A expectativa é de que o subsídio do governo em 2025 continue sendo um elemento essencial para impulsionar o crescimento do setor. Em 2024, o Plano Safra destinou 10% a mais de recursos em relação ao ciclo anterior. Esse aumento foi bem recebido pelo mercado, demonstrando a forte demanda por investimentos em tecnologia no campo”, destaca a diretora de vendas da Massey Ferguson. “Em 2024, o governo federal lançou o Plano Safra com linhas de crédito que permitiram a renovação do parque de máquinas e a adoção de novas tecnologias para aumentar a produtividade e reduzir custos. No entanto, os p
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