Por que o dólar caiu e como isso afeta o agronegócio?

Moeda americana recuou pelo 11º dia consecutivo em relação ao real O dólar caiu na segunda-feira (3/2), pelo 11º dia consecutivo em relação ao real, na maior sequência desde 2005, em um movimento que também foi visto em outras moedas emergentes. A cotação ficou em R$ 5,81. Leia também: A sequência de baixas começou após a divulgação da ata do Federal Reserve (banco central americano), sinalizando o início de um processo deflacionário nos EUA. Na ocasião, o economista-chefe da consultoria Pantheon Macroeconomics, Andrés Abadia, apontou que a saída significativa de dólares e a depreciação do real desafiam a volatilidade do futuro. “Mas achamos que o real irá apreciar gradualmente este ano, supondo que o Brasil evite o pior sob a nova gestão de Trump.” As declarações do presidente Lula no começo da semana, defendendo a autonomia do Banco Central, o que sinaliza menos intervenções, também ajudaram no fortalecimento do dólar americano. Outro motivo para a movimentação do câmbio nos últimos dias é a formação da Ptax de janeiro, que servirá de referência para liquidação de contratos futuros no início de fevereiro. A Ptax é uma taxa média calculada e divulgada diariamente pelo Banco Central. Baseia-se na média ponderada das taxas de câmbio negociadas pelas instituições credenciadas no país. É, portanto, normal ter maior volatilidade nessa época do mês, pela disputa na cotação entre comprados (investidores que apostam na alta do dólar) e vendidos (que apostam na baixa). Como fica o agronegócio? Para o agronegócio, o movimento da taxa de câmbio é fator fundamental. De um lado, o produtor rural tem custos que são dolarizados, como o dos fertilizantes, por exemplo, do qual o Brasil tem alta dependência de importações. Por outro lado, um dólar mais valorizado favorece a receita de setores altamente exportadores do país, como os de grãos e carnes. + O que é taxa Selic e como ela influencia o agronegócio? Como o dólar influencia o agro? 1. Preço das commodities Produtos como soja, milho, café, suco de laranja e açúcar têm suas cotações internacionais definidas por bolsas de commodities. Quando o dólar sobe na comparação com várias moedas, o preço das commodities costuma cair. Isso acontece porque os compradores estrangeiros precisam gastar mais em moeda local para comprar a mesma quantidade de produto em dólar. Ao contrário, quando o dólar recua, as cotações na bolsa sobem, porque os países compradores gastam menos em moeda local para adquirir os produtos. 2. Exportações e importações Os produtos agrícolas brasileiros - negociados em bolsa ou não - ficam mais competitivos no mercado internacional quando o dólar cai em relação a outras moedas. Isso costuma aumentar as exportações. Por outro lado, um dólar mais forte costuma reduzir a demanda por produtos brasileiros por elevar o custo dos compradores. 3. Custo de produção Muitos insumos agrícolas, como fertilizantes, defensivos e máquinas, são importados. Se o dólar sobe na comparação com o real, os custos aumentam e pressionam a margem de lucro dos produtores e empresas. 4. Dívida e financiamento Produtores e empresas agrícolas têm, às vezes, dívidas atreladas ao dólar e a oscilação da moeda aumenta ou diminuiu o valor dessas dívidas. É um desafio se programar. 5. Investimento O valor relativo do dólar também determina se uma empresa estrangeira deve ou não investir - ou continuar investindo - no Brasil. O dólar forte na comparação com o real torna o aporte de recursos no país menos atraente e vice-versa. 6. Fluxo de caixa e planejamento A volatilidade do dólar prejudica o planejamento de longo prazo de produtores e empresas, dificultando prever custos e receitas futuras. *Colaboraram Arthur Cagliari e Victor Rezende

Por que o dólar caiu e como isso afeta o agronegócio?
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